Quiropraxia a favor do movimento

Atualizado em 10 de outubro de 2007
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Por Odara Gallo

Quando uma pessoa sofre um acidente e lesiona a coluna vertebral, as chances de ter seqüelas nos movimentos de outras partes do corpo são grandes. Esse é apenas um exemplo popular da importância da coluna para o movimento do corpo humano. E oferecer um cuidado especial para essa região pode fazer a diferença na hora de prevenir, diagnosticar ou tratar disfunções que atrapalhem o desempenho na corrida e também a saúde.

De volta à corrida
Uma hérnia de disco quase fez com que Fernando Freire Dias, 62, advogado, abandonasse o esporte para pilotar uma cadeira de rodas. “Os médicos diziam que eu teria que fazer uma operação para resolver o problema, mas depois passaria a andar de cadeira de rodas”, contou.

Já com a perna esquerda sem movimentos e na busca por métodos alternativos de tratamento, Fernando se tratou com a quiropraxia e, hoje, recuperado, não abre mão das sessões depois das provas de corrida que participa. Entre elas, estão as maratonas de Nova York, Blumenau, Brasília e Curitiba, além do Campeonato Mundial Máster de Atletismo. “A quiropraxia me acompanha até hoje. Costumo fazer o tratamento sempre depois das provas para colocar os ossos e a musculatura no lugar no período de recuperação”, contou.

Os segredos da técnica
A quiropraxia é uma técnica que faz um estudo da comunicação entre o sistema nervoso e o restante do corpo por meio da coluna vertebral. Na verdade, o tratamento não é feito apenas para problemas nas costas, mas sim sobre a influência que essas disfunções podem ter na saúde de todo o organismo. “O atleta tende a exagerar no exercício e o corpo sente as conseqüências disso. O tratamento permite uma melhora na amplitude do movimento e faz com que o corpo responda melhor aos estímulos do cérebro”, explicou Evergisto Souto Maior, bacharel em quiropraxia e especialista em terapias complementares para coluna vertebral em Pequim, na China.

De acordo com o dr. José Roberto Oliveira, fisioterapeuta e quiropraxista, é arriscado dizer que a técnica melhora o desempenho na corrida. O que acontece é que o atleta pode não estar conseguindo dar o seu máximo nos treinos e provas por causa da algum bloqueio articular e a técnica vai ajudá-lo a corrigir o problema e voltar a render como antes. “Um bloqueio na articulação em um determinado nível da coluna vertebral pode comprometer o fluxo do impulso nervoso alterando a função do órgão enervado por aquele ramo comprometido. Quando liberamos esse bloqueio o atleta pode voltar a ter o mesmo desempenho de antes”, explicou.

Com o toque das mãos
Uma das vantagens da quiropraxia é que a técnica não envolve processo cirúrgico e a principal característica é que o tratamento é feito com as mãos. A movimentação corporal é estimulada pelo profissional por meio das articulações. O quiropaxista manipula as articulações com movimentos precisos que estalam a região e o resultado é o relaxamento muscular, o aumento da mobilidade e a diminuição da dor.

“É muito comum as pessoas confundirem a quiropraxia com técnicas de massagem. Isso acontece porque muitos massagistas promovem ‘estalos’ articulares em seus procedimentos. Apesar da semelhança de técnicas, a quiropraxia é muito mais do que simplesmente ‘estalar’ a coluna, ela é uma ciência que estuda as estruturas neuro-músculo-esqueléticas, suas funções, a biomecânica e as patologias envolvidas nesse processo”, afirmou o dr. José Roberto.

Esses estímulos facilitam a aferência e a eferência, que são o impulso do cérebro para o corpo e do corpo para o cérebro. “Por causa disso, a técnica reorganiza a questão neurofuncional e a capacidade de cura do corpo fica mais efetiva”, afirmou Evergisto Souto Maior.