O ataque é um dos momentos mais vibrantes em uma competição de ciclismo, no qual o atleta acelera para tentar “escapar” do pelotão — movimento conhecido como “fuga” —, buscar o rival que está “escapado” adiante ou mesmo assegurar a vitória nos quilômetros finais de uma prova. É uma estratégia que exige muita força física, mas também muita técnica e feeling para que seja executada com eficiência e precisão. A seguir, o treinador Alexandre Lima, da Alexandre Lima Consultoria Esportiva, comenta os detalhes mais importantes para que um ataque seja bem-sucedido.

Condição física

Antes de pensar em executar um ataque, é preciso avaliar sua condição no momento da prova, pois a aceleração demanda um grande esforço físico. É fundamental ter segurança para não queimar o cartucho na hora errada nem minar suas energias antes da chegada.

Evite caronas indesejáveis

Ao acelerar, algum outro ciclista pode tentar tirar proveito da sua roda, pegando vácuo. Portanto, analise também as condições de seus adversários, se demonstram desgaste ou aparentam estar bem. Se possível, antes do ataque, assuma a cabeça do grupo por alguns curtos períodos e pedale um pouco acima do ritmo do pelotão para ter ideia de quem está bem ou não. E se depois de já iniciado o ataque você perceber que o grupo respondeu bem à aceleração, o melhor é diminuir o ritmo e voltar para a roda de alguém — em vez de insistir em manter a velocidade maior e acabar se desgastando enquanto os adversários fazem menos esforço no vácuo de sua roda.

Explore suas qualidades

Observe o percurso e veja quais são os pontos propícios para um ataque, de acordo com suas qualidades. É a oportunidade para você tirar proveito do que tem de melhor. Se for um bom escalador, por exemplo, pode ser uma boa tentar um ataque em alguma subida.

Elemento surpresa

Um dos principais fatores de um bom ataque é a surpresa. Quando se consegue pegar o pelotão desprevenido, as chances de algum adversário reagir e tentar pegar sua roda são bem menores.

Hora de fazer força

Para que você consiga uma boa aceleração, certifique-se de que a marcha esteja um pouco mais pesada do que no giro usual — na coroa maior, de preferência. Feito isso, inicie o ataque levantando-se do selim para empregar mais força no pedal, jogue o tronco um pouco para a frente e aumente o giro — ao mesmo tempo em que deixa sua relação de marchas mais pesada. Ganhando velocidade, volte para o selim e tente se manter na posição mais aerodinâmica possível para aproveitar o embalo — e deixe os adversários comendo poeira.

Matéria publicada na revista VO2 Bike, edição 101, fevereiro/14