Categories: Mobilidade

Ciclovias mudam a vida dos paulistanos

Uma cena que até pouco tempo atrás poderia ser considerada incomum, as bicicletas, aos poucos, começam a ganhar seu espaço nas principais cidades do país. E São Paulo é um bom exemplo. Por muito tempo conhecida pelo seu tráfego intenso de caminhões, ônibus, motocicletas e carros, que cortam os inúmeros viadutos, pontes e vias expressas, a capital paulista ganha com as bikes um pouco de harmonia ainda que em locais isolados.

Afinal, com um relevo não muito plano e uma cultura automobilística que há anos se faz presente, é difícil imaginar que em pouco tempo milhares de bicicletas tomassem as principais regiões da metrópole. Mas mesmo assim, algumas pessoas, impulsionadas pelas novas ciclovias ou facilidades encontradas nos locais de trabalho já possuem na bicicleta uma real alternativa de deslocamento.

A Urban Summer, agência de criação digital localizada no bairro de Pinheiros, criou, após a recente implantação de rotas destinadas aos ciclistas na região, um espaço dentro da empresa para que os funcionários guardassem suas bikes. O que, combinado com as ciclovias, facilitou bastante a vida dos ciclistas, em especial em relação à segurança.

“A melhoria foi imensa. As ciclovias evidenciaram itens fundamentais para segurança do ciclista. E o tempo dos trajetos está cada vez menor”, diz William Hebling, diretor de criação da empresa, que faz o trajeto de sua casa até o trabalho praticamente inteiro dentro das ciclovias. “Sinto-me seguro”.

Mas apesar de muito bom, as ciclovias ainda podem melhorar bastante, conforme cita William. “No trajeto que faço, há duas sugestões de melhora. Primeiro, sinalização para as bicicletas que vão na via contrária a Rua Arthur de Azevedo. Outra sugestão é um ajuste a ser feito no acesso à USP. Há ciclovias na Pedroso de Morais (Praça Panamericana), ciclovia do rio Pinheiros, centenas de ciclistas na USP, mas nenhuma ligação segura entre esses pontos”, conclui.

Opinião semelhante possui André Oliveira, redator da empresa e que usava esporadicamente a bicicleta antes da implantação das novas ciclovias. Agora um usuário mais frequente, André cita a melhor segurança mesmo que isso indique um trajeto maior. “Usava esporadicamente. Mesmo assim, senti muita melhora, principalmente na questão da segurança. Seguir na ciclovia nem sempre é o trajeto mais rápido, mas com certeza é o mais seguro.

Mas essa segurança, de acordo com André, existe somente na ciclovia. Assim que ele precisa compartilhar a via com os demais veículos, a situação muda bastante. “Quando estou na ciclovia sinto-me muito seguro, mas quando saio dela a coisa muda. Os motoristas, especialmente taxistas, parecem estar com uma raiva especial dos ciclistas. Nas ciclovias, precisa melhorar alguns acessos e sinalizações. Mas o que realmente precisa mudar é a atitude negativa com que certa parcela da sociedade enxerga qualquer mudança urbanística”, critica.

Ciclista há mais de dez anos, Thompson Loiola já está mais acostumado a pedalar em outros tipos de vias, como ciclorrotas e avenidas. Por isso, ele vê as novas ciclovias como um importante item de segurança. “O ganho principal, para mim, é em segurança, já que nem sempre a ciclovia está presente em todo o meu percurso, e nem sempre também passa pelo trajeto mais curto até o meu destino. Mas no geral acho que vale a pena desviar para estar nela”, explica o diretor de conteúdo que elenca uma série de medidas que poderiam ser tomadas não só para melhorar as ciclovias, como também para melhorar a relação ciclistas-motoristas.

“Exatamente como as ruas da cidade, o asfalto da ciclovia é muito maltratado, e há o agravante de pegar parte da sarjeta, que acumula as imperfeições e defeitos da via. Isso não invalida, de forma alguma, o trabalho de demarcação que vem sendo feito, na minha opinião. Mas a manutenção é de fato uma questão. Acredito que com o tempo venha a questão da educação, de ambos os lados, mas isso precisa ser tratado. Nem carros, nem ciclistas sabem ainda muito bem como se comportar com este novo elemento do trânsito – com relação a contra-mão, paradas, estacionamentos, velocidade, prioridades… E meu desejo é que cada vez mais gente (principalmente a pequena e barulhenta população contrária a este modal) descubra que pedalar é bom, saudável e seguro, mesmo na ladeira, mesmo suando um pouco. E muda nosso olhar e nossa relação com a cidade, as ruas e as pessoas nelas”, opina.

Foto: Heloisa Ballarini / SECOM 20/08/2014

Redação

O Ativo é o maior portal de eventos esportivos e esportes participativos do Brasil! Aqui você encontra tudo sobre corrida, bike e cross training, natação, triathlon e mais!

Share
Published by
Redação

Recent Posts

MOV: evento esportivo da BB Seguros reuniu cerca de 10 mil pessoas em São Paulo

A cidade de São Paulo foi palco no sábado, dia 9 de julho, do MOV…

4 horas ago

Eco Run São Paulo teve conscientização ambiental e sustentabilidade

A cidade de São Paulo foi palco no domingo, dia 10 de julho, da Eco…

4 horas ago

7 dicas para voar nos 21 km

Saiba como você pode melhorar (ainda mais) o seu tempo na meia-maratona

3 dias ago

Eco Run São Paulo abordará conscientização ambiental e sustentabilidade

A cidade de São Paulo será palco no dia 10 de julho da Eco Run,…

5 dias ago

Eco Run em Salvador: corrida e conscientização ambiental em pauta

A Eco Run chegou a Salvador no último domingo, dia 3 de julho, com a…

6 dias ago

Up Night Run em Ribeirão Preto tem muita música e diversão; veja as fotos!

A Up Night Run é mais do que uma corrida, é a proposta de uma…

6 dias ago