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Ciclista brasileiro cruza África com bike de bambu

Com uma mochila, alguns equipamentos e sua inseparável Dulcineia, apelido carinhoso dado à sua bike de bambu, Ricardo Martins, de 32 anos, completou no dia 9 de setembro o desafio de cruzar o continente africano pedalando. A empreitada faz parte do desafio “Volta ao Mundo”.

“Sabia que ele (o continente africano) me daria uma surpresa maior. Um choque de realidade. Precisava começar do mais difícil para o mais fácil. Foi incrível!”, contou o ciclista.

Depois de passar quatro anos pedalando 25 mil km entre Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Uruguai com sua antiga Mountain bike de alumínio, chamada de Capitu, roubada em uma viagem no Rio de Janeiro, Ricardo ficou durante três anos “viúvo” – até encontrar um novo amor com a Dulcineia.

Ao todo Ricardo passou por 7 países, rodou 14 mil quilômetros e perdeu 12 kg no período de 1 ano e 5 meses na África. Segundo o ciclista, a preparação para pedalar pelo continente africano não foi tão radical. “Pedalar em longas distâncias é muito mais mental do que físico. O treinamento acontece enquanto a viagem vai seguindo. Se você está despreparado, vai melhorando gradativamente.” 

Percorrer quase 100 km por dia com sua “magrela” não foi o único desafio na África. No primeiro dia, o sociólogo foi roubado à mão armada na África do Sul. No segundo, quase foi roubado na Cidade do Cabo. Em Moçambique, chegou a passar escoltado por um comboio do exército, pois o país passava por uma Guerra Civil. Em Zanzibar, sua casa de palha foi queimada acidentalmente por um agricultor enquanto limpava o terreno. Para recuperar os pertences, Ricardo teve que trabalhar no local por sete meses.

 

 

“Passei por algumas dificuldades, mas um dos percursos mais complicados foi quando pedalei no Deserto de Turcana, entre o norte do Quênia e o sul da Etiópia. Um local que vivia guerras tribais e um calor beirando os 50°C”. Apesar de todos esses obstáculos, o ciclista definiu a passagem pelo continente africano como uma experiência totalmente positiva.

A partir de agora o objetivo de Ricardo Martins é seguir para a Europa e chegar à Rússia na época da Copa do Mundo de Futebol, em 2018. Em seguida, pedalará para a Ásia. Para ele, “não adianta planejar muito, porque a cabeça e o corpo mudam muito de uma viagem para outra.”

Vale lembrar que todo financiamento é feito por seus seguidores. Para ajudar Ricardo Martins no restante da viagem, clique aqui.

TED’x 

Ricardo foi convidado para contar um pouco do projeto em uma das edições da TED’x, maior franquia de palestras do mundo, na Alemanha.  No discurso, ele se descreveu como uma pessoa simples e comentou sobre o que é ser feliz.”Acho que a felicidade é o equilíbrio. Não há ordem no que talvez está aparecendo como caos”.

Para ele, mesmo com todos os obstáculos durante a viagem, esse período de 1 ano e 5 meses pedalando foram felizes, pois pôde experimentar os melhores alimentos e bebidas da sua vida, além de conhecer pessoas e lugares extraordinários.  

Pedro Cunacia

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