Acordam (mais) cedo nos finais de semana, têm mais camisetas de corrida que outro tipo de roupa no armário e, às vezes, parecem falar um idioma que só eles entendem. Já prestou atenção nisso? Nossos corredores nas redes sociais, sim.

Quando o trânsito das ruas fica caótico e Marcelo Coelho está correndo, já pensa: “meu pace está melhor que o daquele Fusca!” De dentro do carro, Rogério Sonoki tem a visão oposta: “invejo os caras indo correr quando estou preso no engarrafamento”. Pace – calculo de quantos minutos leva um atleta para percorrer 1 km – é um jargão de corredor. Pensar em saltar do carro e sair correndo, também.

O guarda-roupa de todos está, sempre, cheio de camisetas novas. Detalhe: das provas que corre. “Tenho mais camisas de corrida do que para sair”, contam Marco Antônio, Leonor Tamosiunas e Jacqueline Vicino. “Quando penso em pegar uma roupa para sair, a primeira coisa que me vem à mão é uma camisa de corrida”, revela Semíramis Ribeiro.

A mesma Semíramis fala sobre o que pensa de novos calçados. “Quando alguém me mostra um tênis, eu olho e penso: ‘ah, este não serve para correr’ ou ‘poxa, este é massa para correr!’. Aí, a pessoa me fala: ‘não, só comprei pro dia a dia mesmo, não corro.’” Camila Rocha afirma: “sinto dor para calçar salto alto, mas corro 20 km sem reclamar com os meus tênis.”

Retratos com a família já não são os mais comuns nos álbuns (alguns virtuais) dessa tribo. “Tenho mais fotos minhas em corridas de rua do que no dia a dia”, diz Tiane Brites.

Sem falar de mudanças de hábito (e de vida!) que surge com a rotina de corredor. Caroline Barchaki garante: “prefiro por meu tênis, camiseta, bermuda e madrugar para correr do que gastar meu dinheiro na madrugada dentro de uma balada.” Ela é categórica: “se for para cair, que seja pelo cansaço de tanto correr.”

Bruno Buldrini desiste de outros compromissos pelos assumidos das ruas. “Deixo de ir a festas de casamento, aniversário ou outros eventos à noite, só para treinar ou porque tem prova no dia seguinte.” Para Vanessa Taís Nozaki, “o melhor acontecimento do dia é a hora da corrida!”

A letra da música dos Titãs, diz: “ Domingo é dia de descanso, Programa Silvio Santos…”, mas para os corredores não é bem assim. “O melhor dia da semana é o domingo. Acordar às 5h para fazer uma bela corrida por aí”, é o que faz Armando Júnior. Leonardo Publio, também: “A parte de acordar cedo aos domingos já acontece”, conta rindo.

Na hora das compras, passatempo preferido de muitas mulheres, nada de vestidos, saias ou sapatos caros. “Fico pensando em qual acessório quero comprar: GPS, melhor tênis…”, lembra Sandra Petin. Os gastos masculinos também são altos. “Fico listando as próximas provas e contando os dias para o cartão fechar e eu poder fazer logo as inscrições”, ressalta Igor Valle.

E há até outras manias: há pessoas que colecionam várias coisas. Robinson Pauli tem “uma pasta para colecionar os números de peito.”  Outras pra lá de emblemáticas: “Meu quarto tem medalhas espalhadas por todos os lados.” Impossível não se identificar…

Corredores também parecem, naturalmente, equipados com um radar que indica lugares com potencial para correr. “Quando vou a algum lugar que tenha até 20 km, penso ‘eu poderia correr até aqui’”, acredita Ana Lúcia Naletto. Até as viagens são pensadas. “Para todos os locais que viajo, verifico se tem uma prova no mesmo período”, afirma Sandro Magalhaes.

Constantino Bueno Frollini diz que “o armário da cozinha e a geladeira estão cheios de suplementos.” Além disso, ele “prefere usar tênis de corrida no asfalto a Havaianas na praia!”

Cada corredor tem o seu jeito, seus vícios e suas manias. Hábitos que vieram com a escolha de uma atividade saudável.  Você lembra outros comportamentos típicos de corredores? Conte nos comentários abaixo.