Nada como um mau dia para a vida de uma pessoa mudar. Tudo começou quando o estudante de medicina Paulo Heitor Carvalho C. de Godoi, 29, foi vestir sua calça jeans. “Ao colocar, ela rasgou, por conta do meu peso elevado”, conta. Então, ele precisava de uma nova. “Fui ao shopping e fiquei ‘entalado’ entre a porta do carro e o pilar do estacionamento.” Após esse constrangimento, era hora de ir à loja. “Experimentei a calça tamanho 50 e ficou apertada. Pedi um número maior e a vendedora me disse que aquele era o maior modelo que tinham na loja”, lembra. Foi a gota d’água para o estudante decidisse perder um pouco dos seus 108 kg, ainda em 2010. Primeiro, utilizou o método de regimes, mas o ‘efeito sanfona’ era inevitável. “Já frequentava a academia, mas queria um esporte que me desse prazer ao gastar a energia”, admite. Assim, em 2013 – com 106 kg –, começou a correr e, hoje, atingiu os 75 kg com o esporte e uma alimentação balanceada.

Sua opção pela corrida veio graças a um presente. “Em fevereiro do ano passado, no meu aniversário, ganhei um tênis de corrida alaranjado, todo invocado”, comenta. Então, Godoi começou a correr aos sábados e domingos na Alameda Ricardo Paranhos, tradicional ponto do esporte em Goiânia (GO) – onde vive. “Meu objetivo era sempre percorrer a mesma quilometragem da semana anterior ou mais.” Ele fazia, em média, 2 km por dia e sonhava em alcançar os 5 km.

As dificuldades eram grandes. “Eu sentia dor durante a corrida, mas o pior era o pós-treino”, diz. “Ficava uns dois dias com as pernas rígidas e doloridas.”

Outro problema na vida do estudante era sua má alimentação. “Comia de tudo. Frequentava rodízios de carne, comida japonesa e pizza, tudo acompanhado de muito refrigerante.” Ele brinca: “para mim, tudo o que era frito, era bom”. Além disso, não se preocupava com o horário para se alimentar. “Ficava horas sem comer e, quando chegava em casa, estava com muita fome.”

Godoi procurou um nutricionista e adotou uma dieta mais saudável. “Entendi a importância de me alimentar de três em três horas e comecei a ingerir alimentos mais nutritivos, cortando o refrigerante e as frituras”, afirma. Arroz e pão foram substituídos por seus similares integrais e as carnes brancas tem sido mais apreciadas do que as vermelhas, desde então.

Aos poucos, se peso foi baixando e as corridas estavam cada vez melhores. “De agosto de 2013 até aqui, foi o período que mais emagreci”, garante. “Meus familiares e amigos achavam até que eu estava doente ou tomando algum remédio, e sempre me questionavam sobre a perda de peso.” O segredo de Godoi? “Eu falei pra todos que estava correndo e comendo alimentos saudáveis, mais nada.”

Em um ano, 31 kg foram eliminados pelo estudante – passou de 106 para 75 kg. “Minha qualidade de vida melhorou muito, tenho mais disposição para o trabalho e para os estudos e fiquei mais disciplinado na minha alimentação.” Sua rotina foi mudada. “Nos finais de semana, antes, aproveitava para dormir até mais tarde, hoje, acordo cedo e bem disposto para iniciar meu treino às 7h.”

Seu foco está na Meia-maratona do Rio de Janeiro, que acontece no próximo mês de agosto. Na preparação, corridas três vezes por semana, musculação e a dieta balanceada.

Godoi dá a dica para quem quer, como ele, perder peso. “Calce os tênis, vista uma roupa adequada e sinta a liberdade de correr. Persista dia após dia, evolua nos treinos e não deixe as dores te vencerem.” Ele finaliza: “supere seus limites”.