Papo de Corrida

Aventura de um ultramaratonista no Mont Blanc

Quem olha para Gustavo Albuquerque, de 31 anos, conhecido entre os amigos como Gus,  acompanha seus treinamentos ou fica sabendo de suas aventuras pelo mundo, imagina um atleta convicto “desde criancinha”, mas, na verdade, apesar da boa relação com a atividade física desde cedo, Gus é um ótimo exemplo de como o esporte pode mudar a vida de uma pessoa e, também, de como evitar algumas armadilhas clássicas para corredores iniciantes, como já pensar direto em uma maratona, sequer sem o devido preparo.

Depois de um bom tempo afastado dos esportes, em 2004, Gus resolveu “voltar às origens”, como gosta de dizer, ou seja, decidiu que iria voltar a testar seus limites através da corrida, apesar de não ter muitas referências sobre corrida. Como morava na Alemanha na época, pensou logo na Maratona da cidade de Colônia e fez sozinho sua preparação durante cerca de 7 meses para a prova.

“Foi mentalmente traumatizante, nunca havia me colocado em situação que exigia tamanha concentração e determinação para chegar ao fim”, conta. O resultado? Gus ficou completamente desmotivado para pensar novamente em maratona, o que somente voltou a fazer em 2005, ano seguinte em Berlim, mas desta vez com a devida ajuda de um amigo para sua preparação. “Esta foi a primeira vez que corri sabendo como se deve administrar o ritmo para uma maratona. A experiência foi outra e foi ótima”.

A “recuperação mental” do trauma da 1ª maratona para o Gus veio num autodesafio que ele se impôs, percorrer à noite, sozinho, os 40 km que separam as cidades de Colônia e Bonn. “A experiência foi incrível. Exercer a liberdade, quebrando suposições mentais do que é e não é possível foi libertador e transformador. Fiz um ritmo confortável, estava em contato com a natureza e a natureza comigo. O desafio que me dei como uma corrida se tornou uma aventura, uma estrada para um mundo que se convidava para ser descoberto. Havia embarcado num novo caminho. Mal sabia, a maratona de Berlin era apenas o começo!”, conta.

“Embora na preparação de Berlin achar que daria uma pausa após a corrida, surpreendi a mim mesmo por estar correndo no dia seguinte da prova. Não parei desde então”, acrescenta.

Em 2006, Gus voltou para o Brasil e decidiu que iria encarar o Ironman em Florianópolis, prova que completou em 2007, também devidamente treinado. Em maio de 2008, Gus ainda participou da lendária Race Across America (RAAM), na disputa em equipe de quatro, substituindo um atleta português. “Foram 7 dias de uma experiência que criou amigos que terei para sempre”.

O passado de carência de estrutura e treinamento adequados ficou para trás, e hoje Gus conta inclusive com o apoio da marca The North Face, que acaba de chegar ao país e elegeu o Gus como o primeiro atleta amador brasileiro a ser apoiado pela empresa.

E o primeiro desafio do Gus nesta condição será no próximo dia 29, no Ultra Trail Du Mont Blanc, na bela região de Savoie, abrangendo os alpes franceses, suíços e italianos. Serão 106 km com ganho de elevação de 6.700 metros. A largada é na cidade francesa de Chamonix, aos pés do Mont Blanc. Apesar da dureza do desafio, a prova costuma atrair até cinco mil participantes.

Quando voltar, o Gus irá fazer com exclusividade para o ativo.com o relato de uma das mais belas ultramaratonas do mundo, disputada em condições completamente distintas das existentes no Brasil, para inspirar muitos corredores por aqui. Boa sorte Gus!

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Redação

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