Do tempo em que a corrida não estava na moda

Atualizado em 26 de julho de 2016
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 Pode ser considerado um ato de coragem. Renata Bittar, hoje gerente de marketing da conceituada grife Cris Barros vasculhou em seus álbuns antigos e encontrou as fotos do início de carreira de corredora, que começou na adolescência, numa época que o esporte nem sonhava em viver o boom dos tempos atuais.

A terceira colocada no Circuito Cartel Endorfina, competição paralela entre os fundadores do grupo de corrida da Nike, não se lembra muito bem quais eram suas técnicas de treino, mas recorda perfeitamente das roupas “sem noção” que usava para correr, como a camiseta de basquete do seu clube e os shorts uns cinco números acima dos de hoje, sem falar na altura das meias!

Recordações engraçadas para a antenada Renata Bittar, que hoje corre com vestimentas bem mais modernas, bonitas e sofisticadas tecnologicamente. Mas além da diversão entre amigos, as fotos comprovam que Renata é realmente uma entusiasta da Corrida, que começou aos 17 anos. “Há 14 anos a corrida não era o que é hoje, poucas mulheres corriam e eu era uma menina no meio de um monte de homens. Não tinham roupas adequadas para os amadores, nem assessorias esportivas, então era algo diferente e eu cheguei a dar entrevista na TV por conta disso”, relembra.

A primeira corrida foi disputada em 1996 e a sua “ida” para o esporte foi por conta de um estímulo familiar para muitas mulheres: queria emagrecer, pois na época se achava gordinha, comparando-se com suas amigas bailarinas. O ritmo na corrida veio lentamente, como se descobrisse aos poucos o que mais tarde seria uma grande fonte de alegria e sua principal ferramente para o bem-estar. “Comecei correndo 15 minutos e demorei dois anos para conseguir correr por uma hora”, revela.

Atualmente com 31 anos, Renata tem a corrida totalmente integrada em seu estilo de vida. Apesar de atuar como gerente de marketing, também é dentista, profissão que se dedica um dia por semana. Apesar da correria tem uma rotina diária de treinos. “É uma dependência psicológica”, conta. “A corrida me faz sentir muito bem”.

Por “culpa” desta apaixonada por corrida, outras quatro amigas foram parar no clube de corredores Cartel Endorfina, e não somente isso, estão disputando entre elas o circuito paralelo de provas que montaram, e que terá como disputa final a Corrida Nike 10k em novembro. Como boas amigas, nada de rivalidades e o clima não poderia ser de maior entrosamento, já que com as amigas Cristina Beer, Mariana Piza e Daniela Friso (na foto ao lado com Renata) participam de algumas provas de revezamento juntas. A primeira prova em revezamento deste ano foi a Volta à Ilha, que contava com as amigas na equipe, e conseguiram nada menos que o segundo lugar na categoria feminina.

Há duas semanas, com a amiga Mariana e outra corredora, Renata participou da Maratona de Revezamento Bertioga Maresias. “Não foi nada fácil, mas o foi o máximo. Em uma corrida de revezamento é fundamental a empatia e os objetivos em comum dos participantes da equipe, do contrário fica muito chato”, diz Renata. Quem completou o trio do revezamento foi a corredora Odete Conceição dos Santos, que ganhou a prova no ano passado. “Com ela a responsabilidade triplicou: a Mari e eu demos tudo, tudo mesmo! Esta foi minha primeira corrida com a Mari e a gente se ajudou muito”.

Ter amigas que possam ajudar e estimular a prática da corrida pode ser uma boa dica para quem quer começar ou melhorar sua interação com o esporte. “Hoje eu e a Mariana fazemos nossos treinos juntas e uma puxa a outra, o melhor de tudo é que os resultados já começaram aparecer”. Além dos treinos elas se encontram agora nas provas do Cartel Endorfina.