Musculação para evitar lesões

Atualizado em 04 de outubro de 2018
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Por Juliana Saporito

Dentre os exercícios complementares fundamentais para o bom condicionamento físico, a musculação é o que mais beneficia os praticantes de corrida. Isso porque fortalecer os grupos musculares responsáveis por absorver o impacto, além de fornecer força específica em membros e músculos determinados, é fundamental para os corredores. Como se não bastasse, é o trabalho muscular que vai funcionar ativamente na prevenção das lesões típicas do esporte, evitando contusões por desgaste e até as relacionadas à postura.

Ricardo Munir Nahas, ortopedista e diretor clínico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, explica que alguns grupos musculares devem ser exercitados com mais atenção. “Basicamente, os músculos anteriores e posteriores do joelho, assim como os flexores e a musculatura posterior dos quadris são os mais exigidos na corrida e devem ser fortalecidos”. A maioria das lesões, como torções e distensões, acontece exatamente nestas regiões. E quando afetam os ligamentos, prejudicando a musculatura, podem levar o atleta a tratamentos longos e lentos.

O coordenador e professor de musculação da Ripol Sports Center, Emilio Sinobolli Júnior, concorda e cita outras áreas do corpo que devem ser trabalhadas para melhorar o desempenho e diminuir riscos. “O abdômen e os paravertebrais (costas e coluna lombar) mantém a postura ereta do esportista e são muito importantes para dar sustentação ao corpo”, disse.

Vale lembrar, no entanto, que não é somente a força que deve ser levada em conta quando se pratica exercícios de complementação muscular. Os alongamentos, afirma o ortopedista Ricardo Nahas, são tão importantes quanto a musculação. “Para se trabalhar a força, é necessário manter a flexibilidade em dia. Por isso, os alongamentos e a musculação devem ser trabalhados em conjunto para funcionarem bem”, afirmou.

O progresso nos treinos

O trabalho aeróbico da corrida é intenso e se desenvolve quanto mais a intensidade nos treinamentos aumenta. “Geralmente, o esportista inicia a atividade com 2 km percorridos, mantendo uma freqüência cardíaca média de 120 batimentos”, explicou o dr. Nahas. E adverte: “Com o tempo, ele passa a correr o dobro, mantendo a mesma freqüência, porque se condiciona para isso. Se a parte física não estiver preparada para o ritmo e o maior impacto, as lesões podem acontecer com mais freqüência.

Outro fator importante é não focar somente nos grupos mais requisitados pela corrida, e trabalhar o físico como um todo. Emilio explica que cada terreno requer um tipo de esforço diferente e é bom estar preparado para todos eles. “Um percurso plano requer o uso de um grupo muscular diferente daquele que é mais requisitado em uma subida ou descida. Fortalecer todo o conjunto é essencial para evitar os acidentes e não ser pego de surpresa”, garantiu o professor.