Treinamento

Quer ficar bom em subidas? Evite o elevador

Você pensa duas vezes antes de encarar umas subidas durante seu treinamento? Ricardo D’Angelo, treinador-chefe do Brasil nos Jogos Olímpicos, enfatiza que um corredor não deve evitar NENHUMA subida. Encarar escadas, além de evitar o elevador da mesma forma como se dribla um parente inconveniente, uma multa ou uma visita indesejável é uma boa estratégia para quem deseja se sentir cada vez mais confortável “escalando” rampas.

“Basicamente, o corredor necessita de força nas pernas. Qualquer trabalho ou exercício que ajude a desenvolver a musculatura dos membros inferiores será benéfico”, ensina o experiente treinador da equipe BM&F/Bovespa, uma das principais do Brasil.

Hoje com 51 anos e ainda em boa forma, o ex-barreirista D’Angelo (corria os 110m com barreiras e os 400m com obstáculos) tem o hábito de não recorrer a esteiras ou escadas rolantes em aeroportos, shopping centers ou estações do metrô. “Subir escadas é muito bom para desenvolver a força natural nas pernas”.

 

 

D’Angelo tem um “certo” conhecimento de causa: é Doutor em Ciência do Desporto pela Unicamp e mestre em Ciências da Motricidade pela Unesp, com especialização em atletismo pela USP; além disso, é treinador de nível 4 da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) desde 1999.

Fazer percursos diferentes, não apenas com elevações, mas com variações altimétricas (subidas e descidas) é uma boa decisão na hora de planificar os treinos. Foi passar o final de semana no litoral? Correr na areia, segundo D’Angelo, é uma bela forma de se preparar para subidas. Quanto mais fofa, mais fortes ficarão as pernas. Mas esse não é, segundo ele, a única opção de terreno: grama e terra também são excelentes. Variar é o mantra.

Está chovendo ou terá que ficar restrito a uma academia, por falta de tempo para ir ao parque? Ótimo. Todos os aparelhos que trabalham flexão e extensão, como a cadeira extensora, são úteis. Qualquer lugar é lugar para treinar os membros inferiores. “Você pode perfeitamente fazer exercícios de agachamento para fortalecer os glúteos no banheiro. Saltos alternados, saltos com uma perna só: a gama de exercícios é enorme”, diz o professor.

Por fim, o ex-treinador de Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista olímpico na maratona que era um exímio escalador, e de Emerson Iser Bem, o corredor branquelo que ousou derrotar um certo Paul Tergat na São Silvestre, compraz-se em recordar táticas de Vanderlei em subidas. O homem que acendeu a pira olímpica no Engenhão era um monstro nas subidas, segundo D’Angelo. “O Vanderlei acelerava nas subidas. Para ‘quebrar’ os adversários, ele contrariava o costume de dar uma reduzida no ritmo depois de uma subida dura. Acelerava ainda mais depois de escalar. Naquele momento, a concorrência se abatia psicologicamente”, diz o estudioso, com aquele sorriso de quem tem excelentes recordações.

Se todos esses exercícios não forem suficientes para te ajudar a subir uma elevação semelhante à Brigadeiro Luiz Antônio, o terror da São Silvestre, certamente algumas calorias serão gastas nesse processo. Ou não?

Alessandro Lucchetti

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