Treinamento

Solonei, maratonista olímpico, dá 6 dicas valiosas

Solonei Rocha da Silva não é “apenas” um lixeiro que se tornou maratonista olímpico, escrevendo uma das mais belas histórias de superação do atletismo brasileiro. Ele é também aluno do último ano do curso de Educação Física da Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista. O estudioso penapolense alia assim a teoria à prática e, com um pé em cada uma dessas realidades, dá 6 dicas valiosas para os internautas que acompanham o O2 Por Minuto. Fala, Solonei!

1) Obediência à planilha

“Se é pra você fazer um volume de 120km por semana, que para um amador é considerável, faça. Mas se você tiver na sua planilha descanso, descanse. Não deixe de descansar. É fundamental.”

2) Suplemento

“Fui acostumado com maltodextrina. É um suplemento de fácil acesso para qualquer pessoa, baratíssimo. Uso desde o tempo de amador. Você acha até por R$ 10/quilo, dependendo da farmácia , da casa de suplemento que procurar. Para uma pessoa que faça uso constante, vai durar no mínimo 20 dias.”

3) Tênis

“Não faça sua escolha pelo aspecto, não vá optar por um modelo determinado por ser colorido ou bonitinho. Vou dar alguns exemplos de modelos da Asics, que conheço bem porque é a marca que me patrocina. Estou acostumado com o Hyper Speed, sabe por quê? É um tênis baixo, que pro alto rendimento vai dar uma impulsão melhor. Em contrapartida, sei que vou ficar muito dolorido. É um tênis baixo e sei disso. Escolho um tênis por conta da qualidade dele e por aquilo que ele pode me proporcionar. É um modelo que me dá uma resposta de impulsão melhor. Mas sei do prejuízo. Corredor amador não tem essa necessidade. Pode correr com um tênis intermediário, Blur, DS Trainer…um tênis um pouco mais alto, até mesmo o 33 DFA – muito, muito macio.”

4) Todo mundo pode encarar a maratona

“Por que não um gordinho não pode fazer uma maratona? Deve. Se passou pelos treinamentos tranquilo, vai aguentar correr os 42km. Lógico que fará isso dentro do seu tempo, da sua capacidade. O tênis vai entrar aí como um fator principal, muito, muito determinante. Se usar um tênis baixo, vai sentir dor na articulação, não vai aguentar de dor no joelho, no tornozelo. É preciso saber os tipos de pisada. O corredor pode parar exatamente por causa do tênis. Friso: não compre tênis pela estética.”

5) Recuperação

“Procure em qualquer buscador da internet os benefícios de uma massagem. Pode ser que você tenha um benefício gigantesco. Durante um treinamento, nossas fibras musculares podem ser mais bem regeneradas graças ao estímulo de uma massagem. Tem uma hora em que as fibras musculares perdem o poder de contração. Ela fica sem deslizar – os deslizamentos das miofibrilas vão ficando presos. Aí você sente dor. Às vezes a pessoa começa a correr compensando. Aí ela começa a sentir (dor) no quadríceps direito e começa a compensar com o esquerdo. Vai sentir dor nos dois. Às vezes uma massagem resolve. Não economize nisso.”

6) Semana que antecede a prova

“Tome todas as precauções possíveis. Não saia sem agasalho. Coloque numa mochilinha, principalmente quem mora numa cidade como São Paulo, em que você tem o clima das quatro estações num mesmo dia. Sempre carregue uma garrafinha com água. Não sentir vontade de tomar água é um ótimo indicativo de que você está hidratado. Preste atenção na coloração da sua urina. Se estiver muito amarela, é um alerta. É sinal de que você não está se hidratando corretamente. Outra dica: tenha uma alimentação rica em carboidrato. Você não vai engordar, está treinando. Cerveja em excesso faz mal, mas a cevada dá contribuição. O destilado é que não é legal. É difícil para o corpo remover o destilado. É só uma semaninha, evite o destilado. Seu rendimento vai ser totalmente diferente se você se abstiver desse tipo de bebida. Outra coisa: tem pessoas muito competidoras, que correm contra si mesmas. O cara precisa de um tempo na maratona de sub-3 horas para poder correr uma prova fora do Brasil. Veja se o profissional está te passando conhecimento fundamentado na literatura. Você pode se machucar seriamente, pode ficar sem correr por um tempo. O treinamento é individualizado. Seu corpo responde de um jeito totalmente diferente do meu, lembre-se disso”.

Alessandro Lucchetti

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