Hoje, posso dizer com propriedade uma coisa: se você quer ganhar condicionamento físico e ser surpreendido cada vez que for à academia, o crossfit é o seu treino. Na véspera do meu primeiro “encontro” com a modalidade, me preparei bem psicologicamente e, quando o grande dia chegou, tomei um café da manhã reforçado, depois comi mais um pouco no metrô para energizar, pois sabia que vinha chumbo grosso pela frente.

E não estava enganado. Na chegada à academia, fui muito bem recebido. Logo, nosso instrutor, Victor Glasnoff, chegou e cumprimentou a todos. À primeira vista, ele parecia ser daqueles professores que não aliviam muito, mas é gente boa. Foi bem paciente com todos nós que, com exceção do Pedro, repórter, e da Paula, assessora da academia que acompanhou a gente no treino, praticavam o crossfit pela primeira vez.

De início, ele explicou os conceitos da modalidade, que nada mais é do que um conjunto de movimentos funcionais (como empurrar, agachar, levantar etc), ou seja, exercícios que utilizam o peso do próprio corpo. Indicado para todas as idades (tem até CrossFit Kids) e para atletas de qualquer esporte, o método também usa outros acessórios, como kettlebells, cordas, argolas, remo e caixas.

O crossfit visa melhorar as 10 capacidades físicas do ser humano, como resistência cardiorrespiratória e muscular, força, flexibilidade, potência, velocidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e precisão, além de potencializar suas principais qualidades natas. Segundo o instrutor, em uma hora de aula é possível perder 500 calorias e, mantendo uma boa alimentação, os resultados podem ser vistos em três meses.

Outra curiosidade: o Crossfit foi criado no ano de 1995 pelo personal trainer norte-americano Greg Glassman, que patenteou a marca. Hoje, há uma linha de equipamentos específicos que levam o nome da modalidade. O tênis de crossfit, por exemplo, é diferente dos runners, muito utilizados durante os treinos. Ele possui sola reta para facilitar os agachamentos e a descida nas cordas. Em sua falta, é possível utilizar qualquer calçado de solado parecido.

Quando deixamos a conversa de lado e partimos para ação deu um frio na barriga, mas pensei: vamos lá! Iniciamos com um warm up, para aliviar a frequência do corpo e preparar as estruturas musculares e articulares para as atividades. Se aquilo era o aquecimento comecei a temer pelo que vinha depois. Fizemos os squats (agachamento), exercícios no ab mat e o burpees, atividade (Também) utilizada como punição, por atraso nas aulas, por exemplo.

Depois executamos séries de 10 repetições de cada um dos exercícios aprendidos durante o aquecimento. Inocentes, mal sabíamos que aquilo tudo era uma preparação para o “gran finale”: o WOD (Workout of Day, ou treino do dia, na tradução livre), que é a realização das tarefas aprendidas no início com o máximo de repetições em um intervalo de tempo, sempre com muita intensidade.

Foram dois minutos de burpees, ab mat, squat e remo, com um minuto de descanso entre cada atividade. Cada aluno anotou o número de repetições executadas e a quantidade de calorias perdidas no remo, gerando uma pontuação final. Essa é a forma de acompanhar sua evolução no crossfit, além de ser um meio de motivação. Afinal, você não vai querer ficar atrás dos seus amigos no ranking do dia, né?

No fim, estava extenuado e com os músculos dos braços e pernas trêmulos, causando preocupação em alguns alunos que estavam assistindo ao treino. Mas saí do box vivo e com uma sensação de bem-estar poucas vezes sentida em pouco mais de vinte anos de existência.

Voltei pra casa me sentindo bem, mas temeroso ao pensar em como acordaria no dia seguinte. Para minha surpresa, acordei disposto. Apesar de doloridos, os músculos do meu corpo pareciam mais fortes, e me senti menos ofegante ao subir escadas e dar aquela corridinha para pegar o metrô. Isso por que foi só uma aula, hein?

Confira, em fotos, como foi minha primeira aula de crossfit: