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A arte de andar nas ruas de Paris na semana da maratona

Se não me engano, li, certa vez, que o escritor Mário Prata iria passar 40 dias em Paris, e que teriam lhe perguntado: “Mas 40 dias somente em Paris? O que você vai fazer tanto tempo em Paris?”. “Nada”, teria ele respondido. Qual o protagonista do filme do Woody Allen, gosto de caminhar em Paris. Muitas vezes sem destino. Aos que pretendem correr a Maratona de Paris daqui a um mês, digo-lhes, caminhem, e sem preocupação; caminhar em Paris não cansa, sobretudo em abril.

Vernon Duke compôs April in Paris, justamente por se tratar da melhor época do ano para se visitar a Cidade Luz, canção interpretada por Frank Sinatra, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, entre outros.

Caminhando… vale uma parada para um sorvete na Berthillon da Ilê Saint-Louis (31, Rua Saint-Louis), com vista para a Notre Dame. Não muito distante da Catedral encontra-se a Sainte-Chappelle (8, Boulevard du Palais). Vale, e muito, a visita. Depois, suba o Boulevard Saint-Michel até o Jardim de Luxemburgo (aliás, eis um excelente local para uma corridinha. Outro é o Champ de Mars; afinal, correr sob e ao redor da Torre Eiffel não tem preço).

 

 

Visite a Sorbonne. Na mesma margem esquerda do Sena (Rive Gauche) fica o Museu d´Orsay. Procure a tela A Origem do Mundo, de Gustave Courbet. Antes, ou mesmo depois, ou porque não antes e depois, saboreie um macaron na Ladurée (tem uma perto do Museu d´Orsay, no 21, Rue du Bonaparte).

Experimente um macaron do Pierre Hermè, também (185, Rue de Vaugirad [Rive Gauche] ou 4, Rue Cambon [Rive Droite]). Não deixe, sobretudo, de visitar a Boulangerie Poilâne (8, Rue du Cherche-Midi), a melhor de Paris e o local ideal para carbo-load.

À noite, que tal jantar no Benoit ? O melhor da culinária francesa de bistrô pode ser encontrado no Benoit (20, Rue Saint-Martin). Lá jantei “com” Catherine Deneuve (na mesa ao lado), em 2012, e acho que “com” o Veríssimo (três mesas adiante), em 1998 (ano da Copa).

Um restaurante obrigatório é o Relais de Venise (271, Boulevard Pereire): o melhor entrecôte com fritas de Paris por menos de 30 euros, incluída salada de entrada e, acreditem, com direito a repetir a carne.

Na véspera da maratona de Paris, coma uma massa no Finzi (182, Boulevard Haussmann) e não deixe de experimentar o tiramisu fait maison. 

Qual Montaigne, quanto mais eu visito outros belos lugares, mais a beleza de Paris domina e a cidade ganha minha afeição.

Maurício Lopes

Mauricio Lopes é advogado, editor (fundador da Editora Leblon, que publicou, no Brasil, a obra 50 Maratonas em 50 Dias, de Dean Karnazes), leitor e colecionador de livros sobre maratonas. É, acima de tudo, maratonista.

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Tags: roteiro

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