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Canelitos e meia de compressão na trilha: vantagens e desvantagens

Diferentemente da recomendação para as corridas disputadas no asfalto, as meias de compressão e os canelitos são imprescindíveis no trail running. Embora não haja consenso sobre a eficiência fisiológica e de ganho de performance dos acessórios durante a corrida, por outro lado estudos comprovam sua eficiência na recuperação ou no pós-corrida.

Já nas trilhas, há corredores que preferem os canelitos e outros, as meias de compressão. Nas minhas experiências em algumas ultratrails, atestei vantagens e desvantagens no uso de ambos os modelos.

O consenso é que no trail, mais do que performance, é o fator segurança que faz com que as meias e os canelitos sejam exigidos na lista de equipamentos a serem apresentados no check list. A proteção que eles dão ao corredor, evitando cortes e machucados nas pernas, já justifica o uso. Gravetos, espinhos e vegetação rasteiras são enormes armadilhas para os corredores de trilhas.

Proteção semelhante somente as calças legging proporcionam, porém, nem todo corredor gosta de correr de legging. Assim, as meias e os canelitos ainda agem como roupa térmica em provas disputadas em regiões mais frias.

 

 

Eu aconselho o corredor que faz ultratrail a usar meias de compressão em ultras curtas (leia-se entre 50 km e 70 km), visto que normalmente esse tipo de distância é “non stop”, ou seja, não há troca de roupas em drop bags espalhados pelo percurso.

Já nas médias e longas distâncias, que vão de 80 km a 160 km, a meia de compressão pode causar bolhas e ferimentos, principalmente quando a prova é disputada em ambientes úmidos e onde se tem que atravessar alguns riachos e rios. Há ainda a dificuldade em sua troca, causando perda de tempo.

Já os canelitos se mostram versáteis. Vejamos: têm o mesmo fator de proteção que as meias de compressão e dão a liberdade para o corredor usar sua meia normal preferida. Além disso, no drop bag, a troca de tênis e novas meias se tornam um processo bem mais fácil. Sendo coringa, eles pode ser utilizados em todas as distâncias do trail sem comprometer os pés com as temíveis bolhas.

Em suma: as meias de compressão perdem para os canelitos, que, por suas caraterísticas, tornam-se bem mais versáteis que as meia. Isso, claro, respeitando a característica de cada prova e o gosto de cada corredor.

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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Tags: Trilhas

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