Foi a primeira vez que participei de uma prova desse famoso e abrangente circuito, e adorei! Abrangente porque é uma prova com várias distâncias: 5 km, 10 km e 21 km. Ideal para quem está começando na modalidade e para aqueles mais experientes.

Logo que cheguei na Fazenda, local de largada da prova, fiquei impressionada e feliz com o volume de atletas, aproximadamente 700 pessoas. Volume esse grande para uma corrida de montanha.
Minutos antes da largada, encontro diversos amigos. São todos sorrisos, expectativas, muita animação. Coisa que só se sente nesse tipo de prova. E ultimamente, começo a ver mais mulheres se aventurando em provas de montanha.

Isso anima muito!
Dedico esse post para a mulherada. Seja lá o motivo pelo qual as mulheres são minoria em provas de montanha (e na maioria dos demais esportes, também), desmistifico abaixo algumas dúvidas que frequentemente recebo por email, Facebook e em conversas informais, quando o assunto é montanha. Vamos lá:

1. Corrida de montanha machuca
Posso dizer que em três anos de corridas de montanha não tive nenhuma grande lesão. Ao contrário dos demais 12 anos que passei correndo em rua, que me obrigaram a parar de correr por muitos meses e até cirurgias. Arranhões, hematomas, ralados e torções de tornozelo fazem parte da modalidade e posso afirmar que a satisfação em completar um desafio de montanha compensa qualquer pequeno machucado. Isso não quer dizer que não possa adquirir alguma lesão mais grave, principalmente, causada por falta de preparo muscular (os treinamentos de musculação são obrigatórios), já que a altimetria do percurso é sempre muito exigente.

2. Eu serei “atropelada” pelos homens na trilha
A única vez que isso aconteceu comigo foi em uma prova que misturava triathlon com a largada de corrida de montanha… Levei uma trombada de frente com um triatleta, que estava disputando pódio. Nas inúmeras provas eu participei, de um modo geral, os homens costumam respeitar bastante o público feminino e até auxiliar em trechos mais duros do terreno. Há um respeito muito grande pelas guerreiras que estão encarando em pé de igualdade todas as dificuldades das trilhas.

3. Não tenho preparo físico e nem tempo para treinar
Para encarar a modalidade é necessário comprometimento e paciência na evolução. Além de preparo físico, a parte técnica conta muito nas provas e a evolução técnica da corrida de montanha varia de pessoa para pessoa. Já fiz provas de montanha de muitas horas, até 100 km, porém quem pensa que passei horas e horas treinando um volume insano, está enganado. Cerca de 1h a 1h30/ por dia e treinos de 3h a 4h, nos finais de semana são suficientes. Intercalando treinos de velocidade e volume, com os de volume priorizando serem realizados em trilha, é possível adquirir excelente preparo físico e trabalho de técnica. Atenção: é fundamental que os treinos sejam elaborados por profissional qualificado e experiente em corridas de montanha.

Além dessas dicas, eu destacaria a importância de treinar com mochila contendo suplementos (géis de carboidrato, sal em cápsula, BCAA), alimentos salgados (biscoitos, bisnaguinha com azeite e sal, castanhas, etc.) e doce (bananinhas, doce de leite, balas…). Se acostumar com o balanço e peso da mochila no corpo é muito importante, assim como se alimentar durante o esforço físico.

Essas são apenas algumas dicas e esclarecimentos para você, menina que tem curiosidade e vontade em ingressar no mundo das corridas de montanha. Afinal, montanha é coisa de menina, sim.
Bons treinos! Montanha Chama!