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Diga não à burla nas corridas

São 25 anos de competições no qual estou inserido. E posso afirmar ao leitor que muita coisa mudou em termos organizacionais. E claro que a grande maioria das transformações que presenciei in loco foi para melhor: percursos aferidos, medalhas e camisetas para todos, trânsito melhor controlado, entre outras.

Quando comecei a correr em meados dos anos 90 eram menos provas e menos corredores, mas algo que sempre esteve presente foi o “sistema” de burlas feito por pseudoatletas. Assuntos vasto e amplo para ser estudado por psicólogos, psiquiatras e filósofos. Afinal, o que leva uma pessoa a cortar caminho e ostentar seu feito mentiroso com orgulho?

Entre as burlas que já existiam na década de 90 o que bombava era a leva dos cortadores de caminho. Pessoas que por motivo variados, como loucura, ego e total falta de fair play, cortavam caminho para “ostentar” um tempo irreal, mesmo que isso não significasse subir ao pódio. Queriam mostrar que correram em determinados tempos que não sonhariam almejar em uma situação normal. E há aqueles que cortam caminho para a garantir a premiação.

A outra burla das antigas é a dos famosos pipocas. Gente que se acha no direito de invadir o espaço público, que no momento é cedido legalmente ao organizador através do pagamento de pesadas taxas para que o evento se realize. O falso argumento do “ir e vir” não se sustenta, afinal ninguém vai e volta no meio da rua.

Outra forma de trapaça iniciada na década passada é a de se inscrever com a documentação de um idoso que possui pelo Estatuto do Idoso o direito a desconto de 50% nas inscrições de eventos culturais e esportivos.

Uma burla mais recente é a clonagem de número de peito, em que o atleta faz uma cópia colorida e corre como se fosse inscrito, com alguns chegando ao extremo de pegar uma medalha ao final.

Enfim, é uma série de burlas, trapaças e até mesmo crimes tipificados no Código Penal que chegou ao ponto de os organizadores precisarem criar mecanismos rigorosos para combater os fraudadores.. Em casos extremos esses são processados e podem até mesmo serem detidos.

Corredor que se julga corredor deve antes de tudo ter um fair play elevado. A corrida ainda é um ambiente limpo, em que os que querem passar a perna são uma minoria. O esporte exige fair play elevado, caso não tenha está em ambiente errado.

Seja limpo, jogue limpo, seja atleta honesto, pois a burla não vale a pena.

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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Harry Thomas Jr
Tags: Trapaça

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