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Eu e o Cross Country Olímpico – uma relação de amor e ódio!

Como o próprio nome já diz, o Cross Country Olímpico (XCO) é a modalidade olímpica do Mountain Bike, que consiste em dar voltas em um circuito fechado e técnico, cheio de obstáculos, subidas e descidas. Ganha quem chega primeiro.

Diferente de maratonas e ultramaratonas, o XCO atrai grande público, já que os atletas passam várias vezes no mesmo lugar. O público também pode circular pela pista e ver a corrida de diversos “ângulos” durante o evento (geralmente, até no máximo 1h45min) – o que é bem divertido até pra quem assiste.

Essa modalidade é pra mim a mais dura de todas do mountain bike. É muito difícil pilotar em competição acirrada no circuito super técnico e manter a concentração total em si mesmo. Isso tudo com o coração na boca – e, diga-se de passagem, com a comida também voltando pra boca (eca!! – pelo menos é o que acontece comigo – risos).

Foto: Arquivo Pessoal

Talvez, seja difícil pra mim por eu treinar para longas distâncias e muitas horas de selim. Mas, a verdade é que nunca fui fã de contrarrelógios e corridas explosivas.

Tudo bem que nada se compara com um XCO. Mas quando fiz minha melhor meia-maratona (a pé), depois de muito treino, lembro de terminar estressada. Quando fiz um short de triathlon, foi  a mesma coisa – cruzei a linha em 4º e xingando o cara que inventou a modalidade.

Esse negócio de largar, perseguir e ser perseguida, e simplesmente ter que andar o mais rápido possível, no limiar o tempo todo, sempre me esgotou. Sou encantada pelas provas longas, que dá tempo de pensar estrategicamente, planejar e curtir certos momentos.

“Mas então qual é a graça, Vivi? Por que você se atreveria a fazer XCO?”

Porque além da trilha técnica e da torcida (eu amo as duas coisas), estou sempre em busca de melhorar e desenvolver minhas fraquezas. Por isso, me inscrevi no Circuito Pague Menos by Ravelli, que foi no último domingo em Nova Odessa.

Além disso, todos os aspectos de uma prova de XCO agregam muito ao treino: a explosão, a pilotagem/técnica, competitividade, foco, estratégia, concentração… Por isso, sempre que possível, encaixo uma prova dessa modalidade no meu calendário.

Foto: Arquivo Pessoal

O percurso, montado pelo próprio mestre Ravelli, estava impecável. Quase toda em singletrack, descidas fluidas, subidas técnicas, obstáculos difíceis e desafiadores.

Como eu fui? Bem! Consegui segurar a 5ª colocação (yeeeeey!!!) e fazer parte de um super pódio com as principais atletas do país! Mas eu parecia uma desgovernada na trilha. Aleatoriamente a cada volta eu acertava obstáculos que depois eu errava, e vice-versa, e assim foi até o fim.  Ficou muito claro que o que controla uma prova dessas é o pensamento. Qualquer lasquinha de pensamento fora do foco de onde você tem que ir te atrapalha – e isso é algo que eu preciso treinar.

O que ficou? Além de uma tatuagem nova após um tombaço na ultima volta, ficou claro cada ponto de fraqueza, cada detalhe que posso trabalhar para melhorar. Ficou claro que tenho muito que evoluir e que ao mesmo tempo já dei um salto imenso desde quando comecei.

Ficou um aprendizado e a vontade de seguir colhendo lições… E essa é a minha relação de amor e ódio com o Cross Country Olímpico.

No 5º lugar ao lado das melhores ciclistas do Brasil – Foto: Arquivo Pessoal

Viviane Favery

Campeã brasileira de mountain bike marathon (2015), é atleta da equipe alemã Rose Vaujany fueled by ultraSPORTS e já representou a seleção nacional em alguns campeonatos mundiais. Fora das trilhas, corre para conciliar a vida de ciclista profissional com a de publicitária e marketeira, além de compartilhar suas dicas de pedal em um boletim semanal na Rádio Jovem Pan Online FM, batizado de Bike by Vivi Favery.

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Viviane Favery

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