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O segredo do sucesso: a evolução das mulheres atletas

É inevitável compararmos homens e mulheres atletas, pontuando suas diferenças e semelhanças, avaliando suas performances e, consequentemente, as atitudes que levam a elas. E como cada um dos sexos lida com esses fatores.

Levando em consideração os tempos absolutos, a balança pende para o lado masculino, mas simplesmente por motivos óbvios de capacidade aeróbia máxima, ou VO2 máximo, e diferenças de composição corporal. Ambas favorecem o sexo masculino.

Porém, se fizermos a comparação relativa, isto é, criando parâmetros para tentar analisar e equiparar os fatores de avaliação, vamos notar que as performances femininas têm evoluído tanto ou até mais que as masculinas.

Com o número crescente de mulheres atletas, a corrida, além de outras modalidades esportivas, tem contado com um incremento muito grande no respeito de sua comunidade em relação ao antes dito “sexo frágil”. Sem perder a feminilidade, as atletas contemporâneas demonstram o mesmo profissionalismo, ou seja, a evolução da postura de atleta em relação ao seu desempenho, que os representantes masculinos. Isto é, mulheres atletas estão equiparadas aos homens atletas em todos os sentidos.

 

 

Em termos de preparação, muitos são os fatores que devem ser observados pelos treinadores. Foi até preciso que eles se especializassem em treinar atletas do sexo feminino para entender as diferenças específicas que devem ser levadas em consideração ao elaborar um plano de treinamento visando melhores resultados.

Atletas do sexo feminino têm maior autoconhecimento de seu corpo e de como ele responde aos estímulos de treinamento, talvez pela grande variação hormonal sofrida periodicamente. Isso faz com que elas atentem ao máximo a quanto e quando podem exigir, física e fisiologicamente, de seus corpos.

Esta “inteligência específica” feminina faz com que elas respeitem muito mais seus limites e desenvolvam a sabedoria de como e quando ultrapassar, ou controlar o esforço e obter grandes performances. No caso masculino, há a (falsa) impressão de que isso pode ocorrer a qualquer momento — e sabemos que não é bem assim.

Trabalhar com mulheres atletas requer muito cuidado com as particularidades. É preciso prestar atenção às nuances de comportamento, variações de humor e performance devido às mudanças hormonais constantes.

Ainda nos surpreenderemos, e muito, com a evolução incessante do sexo feminino dentro do esporte. Quer seja no alto nível, quer seja no esporte amador.

Marcello Butenas

Marcello Butenas é treinador de triathlon e de corrida desde 1990 e é diretor técnico da Butenas Assessoria Esportiva. Como atleta foi vice-campeão brasileiro de triathlon em 1991, tetra-campeão paulista em 1992, 1993, 1995 e 1996 e participou de Ironmans no Havaí em 1992, 1995 e 1996, no Brasil, em 2002 e 2007, e na Alemanha, em 2012, com recorde pessoal de 9h24min. É colunista da revista O2.

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