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Funcional para funcionar: dei uma chance para o treinamento funcional

Eu tentei gostar de pilates. Mas tem aquele monte de aparelho de tortura, tipo step chair, o step barrel, o orbit, sem esquecer o incrível infinity reformer. Se o corpo não entra na linha, pelo menos você gasta todo aquele inglês aprendido até agora.

Depois tentei musculação. Mas eu simplesmente me perco nas contas. Cinco séries, 20 vezes uma máquina com 15 kg, depois muda tudo: são 20 séries cinco vezes a 51 kg, e agora são 13 por 12 sem carga. É impossível decorar. Mesmo que sejam aquelas máquinas que façam a contabilidade por você, a conta nunca fecha.

Pula para natação. Queridos, aquela água deixa meu cabelo verde. “Mas Anne, não usamos cloro, isso é coisa do passado!”. Então, mas meu cabelo fica verde. Ele olha para a piscina e pronto, fica verde. Fora o trabalho que dá. Passa creme antes, passa creme depois, desembaraça, compra touca que não entra água. Aí, enche o saco, você tosa o cabelo e se arrepende porque sua vida não é só a natação.

Próximo passo: bicicleta. Um amigo me emprestou uma, certa vez. Dei duas pedaladas. Aquilo era mais legal aos 7 anos, com a emoção da mãe nervosa correndo atrás da gente, o vento na cara, o primeiro contato com a velocidade. Aos 44, bicicleta dói a busanfa, estressa as mãos, entorta a coluna, as coxas choram. Fora o medo de morrer atropelado ou matar alguém.

Jesus, como sou chata. Sim, sou. E aí eu descobri o treinamento funcional. Minha escolha seguiu um raciocínio lógico: não tem peso, não tenho que ficar fazendo conta e meu cabelo não vai ficar verde. Até tem bicicleta, mas parada no ar condicionado, ó que beleza. E lá fui eu. Primeira aula e eu parecia aquela sua tia de 85 anos na aula de zumba. Segunda aula e eu era sua tia de 85 anos. Como todo mundo, pensei: “Vai melhorar”. Não melhorou, porque os burpees também pioraram.

 

 

Três meses se passaram. Quatro meses. Estou no sétimo mês. E só piora. Foi então que tive uma ideia brilhante, que revolucionou o jeito de o funcional funcionar para mim. Não estou ali para fazer os polichinelos perfeitos, stiffs para tocar o chão, HIIT sem suar.

Funcional é para me deixar mais fortinha para eu correr melhor, com o menor risco de me lesionar. Assim, pedalar, empurrar, pular, agachar e levantar agora têm um novo significado. Que é: tô muito ferrada. Ou então: vai doer para sempre. E, para finalizar: nunca será fácil. Bom, pelo menos não estamos falando de pilates, musculação, natação ou bicicleta.

Anne Dias

Jornalista com especialização em economia e com nove meia maratonas no currículo: duas W21, Meia Maratona das Pontes (Brasília), Disney, Corpore, São Paulo, Uberlândia, Porto Alegre e duas Golden 4 Asics. Concluiu também duas maratonas: Nova York e Buenos Aires. E não pretende parar.

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Anne Dias
Tags: Ajudinha

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