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O bom planejamento de corrida das mulheres

Chega a ser ridículo sequer imaginar uma coisa dessas, mas houve um tempo em que as práticas esportivas não eram permitidas às mulheres. Os primeiros Jogos Olímpicos, por exemplo, eram uma espécie de Clube do Bolinha dos esportes. Hoje, ao ver as mulheres brilhando em virtualmente todos os esportes, é difícil imaginar uma época em que só os homens podiam se dizer esportistas.

No mundo das passadas, as corredoras também estão dominando cada vez mais o cenário por conta de seu planejamento de corrida. Velocistas, fundistas, triatletas brilham nas pistas de todo o mundo e, vale destacar, vêm reduzindo cada vez mais a diferença de seus melhores tempos para as principais marcas masculinas. E pode apostar: em competições contra homens, chegará o dia em que veremos mulheres ocupando o lugar mais alto do pódio, sobretudo em provas de longa duração.

No mercado da corrida, que movimenta bilhões, as moças também se destacam. Por serem mais vaidosas e criteriosas na escolha dos equipamentos, as corredoras consomem mais produtos do que os homens, como roupas de corrida, suplementos vitamínicos e tênis. Também gastam mais com academia, personal trainers, nutricionistas e outros profissionais da área. Um típico corredor “toscão” é capaz de ficar anos rodando com o mesmo tênis com solado careca antes de desconfiar que está na hora de comprar outro. Já a típica corredora com seu bom planejamento de corrida tem pelo menos dois pares de tênis no armário e, ao primeiro sinal de desgaste dos mesmos, começa a planejar a troca.

Ah, não quero me esquecer do principal: a atitude. As mulheres encaram a corrida de uma forma muito mais equilibrada e eficiente do que os homens. No geral, elas estão mais preocupadas com qualidade de vida do que com marcas.

Há muitos anos venho treinando em assessorias esportivas e observo o comportamento de homens e mulheres. Eles normalmente chegam cheios de marra: “Vou correr a maratona ainda este ano!”; “Vou quebrar o meu recorde pessoal dos 10 km!”. Muitos não chegam à segunda semana de treinamentos. Outros até que vão bem no início. Progridem, se empolgam, mas logo se afastam e ficam meses parados — até planejarem um novo retorno triunfal. Se o objetivo é a maratona, depois de conseguirem o feito vem a aposentadoria precoce.

As mulheres, não. Elas chegam de mansinho, cumprem suas planilhas e vão evoluindo constantemente até conseguirem resultados expressivos. Se completam a maratona, fazem logo o planejamento de corrida para a próxima etapa, em vez de ficar comparando seus tempos com os dos “rivais”.

É por essas e outras que só temos a aprender com o ex-sexo frágil — e simplesmente não conseguimos viver longe das mulheres. Eu, que não sou bobo, todos os dias volto correndo para a minha.

(Coluna publicada na Revista O2 – edição #119 – março de 2013)

Marcos Caetano

Sócio da empresa de comunicação estratégica Brunswick Group e cronista esportivo.

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