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A pequena grande PSR, ou melhor, Pisgah Stage Race

Se você já ouviu falar da Pisgah Stage Race, é porque anda bem acompanhado e tem boas referências. É isso o que me parece, depois de pesquisar mais a fundo sobre essa ultramaratona.

Mais especificamente, tive o endosso de ninguém mais ninguém menos do que a Ally Stacher, atleta Specialized Lululemon que esteve na Brasil Ride em 2014 em dupla com a Rebecca Rusch, de que a Pisgah seria uma experiência imperdível.

Ally mora há 15 minutos da largada da prova, logo, as trilhas são no quintal da casa dela (e cá entre nós, isso explica o porquê desta ciclista de estrada flutuar nas trilhas hiper técnicas da Chapada Diamantina, deixando muitos que assistiam de queixo caído).

Mas… Pisgah o que? Pisgah. Assim mesmo que se fala. Vem do nome da floresta Pisgah National Forest, no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

A Pisgah National Forest é composta de 2.075,06 km2 de terreno montanhoso na parte sul da Appalachian Montains (mais conhecida como “The Appalachians”) – tipo as Rochosas do Leste dos EUA – dá um Google 😉

A altitude da Pisgah National Forest chega a 1.800m, o que inclui alguns dos picos mais altos do leste dos EUA.

Claro que num lugar assim – e ainda no paraíso que é os EUA considerando organização, respeito ao próximo e à natureza – existem trilhas muito bem cuidadas, sendo um local perfeito para pedalar, caminhar, acampar, se aventurar… e é pra lá que eu vou nesse ano!

Pisgah é completamente diferente do que se tem no Oeste dos EUA, em Utah e Colorado. Se assemelha à nossa Mantiqueira, ou à região da BC (British Columbia) no Canadá. É uma floresta densa, úmida, cheia de raízes, pedras, musgo, travessia de riachos e paisagem deslumbrante de mata.

Força nas pernas e muito treino é fundamental, mas tem que ter muito braço e estar com o core em dia. Vai usar o corpo inteiro, cada músculo, para passar pelas raízes, pedras, switchbacks cabulosos, rios, subidas em trilhas e descidas que fazem você querer subir de novo.

Além do endosso da Ally, meu amigo Casey, que bate “carteira” todo ano na Pisgah, me confirmou que esse era o melhor investimento que eu poderia fazer. Cheguei a receber um e-mail pessoal do diretor da prova me dando boas vindas e dizendo que estava muito feliz por receber uma brasileira.

Isso apenas comprovou o que já tinha ouvido falar: o espírito da Pisgah é de família. Os organizadores conhecem cada um dos 250 participantes e fazem questão de manter o evento o menor possível em termos de quantidade, e maior possível em termos de qualidade.

“É uma prova tão organizada quanto a BC Bike Race, mas com metade das pessoas”, me disse Todd Branham – proprietário da Blue Ridge Adventures, organizadora da PSR.

Vocês devem estar curiosos em relação aos detalhes da prova, certo? Vamos lá:

7ª Pisgah Stage Race

·         De 13 a 18 de Abril de 2015

·         Local: Breverd, Carolina do Norte – EUA (pegar vôo para Ashville)

·         5 etapas, 225 kilometros, mais de 6.000 metros de ascensão.

·         3/4 da kilometragem é de singletrack técnico!

·         5 percursos incríveis dentro da Pisgah National Forest

·         Pelos meus cálculos, para os humanos como eu, as etapas devem durar entre 3 e 5h

É possível fazer solo ou dupla e também tem uma categoria de enduro, com cronometragem em trechos específicos.

Há premiação para o top 3 e leader´s Jersey para cada categoria.

O valor da inscrição é U$ 650, que inclui toda estrutura da prova: áreas de apoio, lanches, isotônicos, recovery drinks na chegada de cada etapa, jantar com cerimônia de premiação, happy hour com bebidas alcoólicas, festa do último dia e música ao vivo.

Vídeo da 1ª etapa de 2014 (A Blue Ridge Adventures tem um canal no Youtube)

O que a PSR não oferece é um acampamento pronto, ou seja, o atleta tem que montar sua estrutura por conta própria (há locais para acampar ao lado da largada e transporte para os dias em que a largada é em outro lugar).

Outras opções são ficar em hotel (eles dão a dica do Sunset Hotel, aproximadamente U$65 por noite e fica a poucos minutos da arena), aluguel compartilhado de casas (aprox. U$800 por uma semana, o que dá para dividir com mais gente e pode ser um bom negócio), ou procurar hospedagem no airbnb.com ou sites semelhantes de aluguel de quartos.

Bom, por enquanto isso é tudo o que eu posso falar. Se a prova é mesmo incrível eu vou poder dizer apenas depois. Agora tenho 3 meses para me preparar o máximo possível para esse desafio. Minha maior preocupação é com a habilidade técnica – tenho muito o que melhorar para chegar lá e fluir nas trilhas.

O nível das atletas nos EUA (mesmo as amadoras) é outro comparando ao nosso. Elas são muito habilidosas, deixam a gente no chinelo.

Para essa aventura, a Specialized Era será indispensável. Ela é full suspension, aro 29″, super leve (10.5kg), com geometria feita especialmente para mulheres. Ela se comporta maravilhosamente bem nas subidas e me dá agilidade e controle nas descidas, permitindo ir mais rápido com segurança.

Também vou trabalhar muito o quesito força, pois Todd me garantiu que as subidas da Pisgah são piores do que as da BC – e meus amigos “BCanos” dizem que as subidas em trilha da BC são mega casca. Ou seja… fui treinar, beijo, tchau! 🙂

Viviane Favery

Campeã brasileira de mountain bike marathon (2015), é atleta da equipe alemã Rose Vaujany fueled by ultraSPORTS e já representou a seleção nacional em alguns campeonatos mundiais. Fora das trilhas, corre para conciliar a vida de ciclista profissional com a de publicitária e marketeira, além de compartilhar suas dicas de pedal em um boletim semanal na Rádio Jovem Pan Online FM, batizado de Bike by Vivi Favery.

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Viviane Favery

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