Acabe com as estrias

Atualizado em 19 de setembro de 2018
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Por Fátima Martin

Manter o ponteiro da balança equilibrado exige disposição diária. Alguns quilinhos a mais ou simplesmente o crescimento do corpo na adolescência podem trazer cicatrizes irreparáveis na pele e na autoconfiança de homens e mulheres.

“Aos 14 anos, o meu corpo começou a desenvolver muito rápido. O quadril foi o lugar que mais cresceu em um curto período de tempo. Hoje, aos 33 anos, tenho marcas profundas de estria nessa parte do corpo e no bumbum”, contou a Janete Pugliesi, especializada em estética.

O que é?

A estria é causada pelo rompimento das fibras dos tecidos de colágeno e considerada um elástico natural da pele. Para o dermatologista Marcus Maia, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a cicatriz ocorre por meio da distensão das fibras que se rompem. “É como se fosse um machucado interno na derme”, explicou.

As estrias apresentam-se de vários tipos, colorações e evoluções, dependendo da textura da pele. No primeiro momento, logo que acontece o rompimento dos tecidos, elas apresentam tom avermelhado em decorrência da inflamação na região afetada. “Ela é causada pelo rompimento dos capitalares (pequenos vasos sanguíneos) e esse tipo de estria é conhecida como rosada”, definiu a nutróloga e dermatologista, Daniela Hueb, que é proprietária de uma clínica de estética na cidade de Bauru, em São Paulo, que leva em seu nome.

Com o tempo, esse machucado interno da derme cicatriza, e a estria perde a cor rosada da inflamação e as linhas do tecido estirado tornam-se brancas. Nessa fase, ela é chamada de atrófica, pois é mais antiga, profunda e com depressões. “Nessa fase, a pele fica marcada com uma cicatriz que corresponde ao rompimento mecânico das fibras de colágeno e do elástico da pele. Esse processo acontece quando as fibras são esticadas demais e ultrapassam determinado limite”, afirmou o dr. Marcus Maia.
O terceiro tipo de estria é conhecido como nacaradas. Apesar de ser tão antiga quanto a atrófica, as cicatrizes apresentam aspectos largo, liso e brilhante.

Quanto mais jovem pior

A idade é fator determinante para o aparecimento de estrias. O adolescente é quem está mais suscetível a desenvolver esse tipo de cicatriz. As estrias surgem principalmente pelo aumento de peso ou de volume em determinada parte do corpo, como na mama. “A puberdade, período em que os jovens passam por mudanças significativas, como crescimento muito rápido de várias partes do corpo e alimentação desregrada, é o período mais crítico”, garantiu Daniela.

Mais comuns nas mamas, pernas, abdômen e costas, as estrias também são freqüentes em gestantes. E segue a mesma regra anterior: quanto mais jovem as mulheres engravidam, mais facilmente os tecidos se rompem. “Jovens gestantes têm mais propensão a desenvolver estrias do que as possuem mais de 25 anos. As mães de primeira viagem ainda são as mais afetadas. Não existe um estudo finalizado sobre o assunto, mas acredito que o surgimento menos freqüente, com o passar dos anos, se deve à maturidade das fibras de colágeno e elástico. É como se a idade fosse um tipo de proteção para as fibras”, acredita Marcus.

As estrias também podem aparecer por outros motivos: a prática esportiva muito intensa, ganho excessivo de peso e tratamento médico com uso de cortisona, principalmente quando o medicamento é aplicado regularmente em forma de pomada. “Estrias paralelas nas costas são comuns em jovens que praticam esportes de alta distensão, como basquete ou vôlei, por exemplo”, falou o dermatologista.

Como é feita a prevenção

Manter o peso é fundamental para prevenir o aparecimento de estrias. Por isso, fazer uma alimentação balanceada a base de frutas, carboidratos, legumes e proteínas e praticar exercício físico regularmente ajudam a conter o avanço do ponteiro da balança, mas não é garantia de que as estrias nunca vão aparecer.

Tratamentos eliminam a cicatriz

Pouco pode ser feito quando a estria apresenta coloração esbranquiçada e prateada. “É uma cicatriz, por isso, conseguimos amenizá-la, dependendo do seu estágio, mas ela não some totalmente. Alguns tratamentos diminuem consideravelmente o tamanho e as espessuras das marcas, que ficam quase imperceptíveis”, afirmou a dermatologista.

O tipo de pele também pode influenciar no tratamento estético. “Como a pele escura tem pré-disposição a manchas, o tratamento é menos satisfatório do que na clara”, concluiu Daniela.

A redução do tamanho e da espessura da uma estria pode chegar a 80%. Daniele Hueb sugere em média dez aplicações de tratamentos associados, injeções e peeling, e em torno de três a laser para que o resultado seja eficiente. “Para as estrias vermelhas, o mais indicado é o peeling de cristal, que irá descamar a região afetada e renovar o tecido da pele, seguido da aplicação de ácido retinóico para estimular a cicatrização. O tratamento a laser também traz bons resultados. Por meio de micro rupturas, ou seja, leves queimaduras na pele, a estria fica mais fina e clara”, garante.

Para as marcas mais antigas, são indicados processos com ácidos que aproximam a coloração da estria à da pele. “Os tratamentos mais indicados são: intradermoterapia, carboxterapia e laser fraxel, que promove regeneração na parte mais profunda da pele, a camada da derme reticular, até a sua superfície”, recomendou Daniele.

Há dois anos e dois meses, a especialista em estética Janete notou pequenas estrias rosadas em seu abdômen, devido à gravidez. “Fiz tratamento associado ao carboxterapia, peeling de cristal, accent e vitamina C oral. As sessões intercaladas, uma vez por semana, melhoraram o aspecto em 75% das estrias no meu abdômen. Já as mais antigas, no glúteo e abdômen, melhoraram em torno de 50%”, contou.

O tratamento feito por Janete, que teve duração de três meses e meio, promete a renovação da pele em até 90 dias após as aplicações. “Isso acontece porque o organismo continua produzindo colágeno nos próximos três meses”, enfatizou.

Para evitar novas marcas indesejadas, Janete faz academia e sessões de plataforma vibratória, equipamento que estimula a musculatura por meio de vibração.

Tipos de tratamentos

Injeções de Vitamina C: com uma agulha fina, os princípios ativos seguem em direção a estria, a fim de diminuir a depressão das linhas e clareá-las.

Carboxiterapia: com uma agulha bem fina, a área da estria é preenchida com gás carbônico, esticando a pele e dando mais uniformidade.

Luz intensa pulsada: este aparelho incide uma luz quente na pele, provocando uma queimadura superficial, reduzindo os vasos sangüíneos e diminuindo a cor avermelhada da estria.

Peeling de Cristal + Peeling de Ácido Retinóico: é um aparelho que lança cristais para esfoliar e remover as células mortas da pele. Em seguida, é aplicado um ácido para estimular a produção de colágeno. As estrias largas se tornam finas e as finas ficam imperceptíveis após o tratamento completo.

Subcisão: é uma agulha com ponta cortante introduzida abaixo da pele, no sentido da estria, descolando a mesma e estimulando a produção de colágeno. As estrias largas e atróficas tornam-se finas e lisas.

Cromopeel: é um tipo de peeling superficial. Feito por meio da associação de vários ácidos e corantes, ele devolve à pele a sua cor natural. Ele afina a estria e pigmenta as áreas esbranquiçadas, deixando a região de coloração uniforme.

Intradermoterapia: com uma agulha fina, princípios ativos chegam até as estrias para aumentar a produção de colágeno a fim de clareá-las ou pigmentá-las.

Fraxel Laser SR 1500: é o único laser fracionado aprovado pelo FDA nos Estados Unidos e pode ser usado em qualquer tipo de pele. O objetivo do procediment
o é obter alta eficácia na suavização de estrias. O laser age na pele por meio de inúmeras micro perfurações, provocadas após cada disparo de centenas de filetes de laser, agrupados em uma ponteira de 1 cm a 1,5cm.