O nadador campeão olímpico e mundial Cesar Cielo escapou de punição maior para o caso de doping no Troféu Maria Lenk este ano. Depois de audiência com todas as partes envolvidas – Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Federação Internacional de Natação (FINA) e os próprios nadadores e seus advogados, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) decidiu manter apenas a advertência inicial dada pela CBDA. Com isso, Cielo poderá tentar o bicampeonato mundial em Xangai, cujas provas começam no próximo dia 24, e está livre também para as Olimpíadas de Londres 2012. 

O caso de Cielo ganhou grande repercussão na mídia internacional, que acompanhou com atenção o desfecho dado nesta quinta-feira na China. O caso chegou à Corte Arbitral do Esporte depois que a FINA entrou com uma apelação para a punição dada pela CBDA a Cielo e a outros três nadadores – Nicholas dos Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked – que tiveram resultado positivo para o diurético furosemida, em testes realizados durante o Troféu Maria Lenk. Além da advertência, a CBDA anulou os resultados de todos os nadadores na competição.

Entretanto, a FINA considerou a pena branda e disse que tinha perguntas sem respostas para o caso, por isso fez a apelação a CAS, mas sempre ressaltando a admiração da entidade por Cesar Cielo. Além de Cielo, Nicholas dos Santos e Henrique Barbosa também tiveram a punição dada pela CBDA mantida.

Já para o nadador Vinicius Waked a Corte aplicou uma nova punição, o afastamento por um ano do esporte, pois este era o segundo teste positivo para substâncias proibidas do nadador.

“O painel da CAS decidiu indeferir os recursos da FINA contra Cesar Cielo, Henrique Barbosa e Nicolas Santos, para confirmar a decisão da Confederação Brasileira”, disse a CAS em comunicado. A Corte Arbitral do Esporte é famosa por ser rigorosa em suas punições.

Cesar Cielo contratou o advogado norte-americano Howard Jacobs, especialista em doping esportivo, para atuar na sua defesa junto a CAS. Cielo compareceu ao tribunal em Xangai mostrando confiança e otimismo, mas ainda não falou com a imprensa. O nadador culpou uma contaminação cruzada em um suplemento legal de cafeína que usa, manipulado em uma farmácia de Santa Barbara D’Oeste, cidade natal do atleta. A CBDA diz que levou em conta a baixa quantidade da substância encontrada no teste, a real possibilidade de contaminação e o histórico dos atletas para estabelecer sua punição.