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Henrique: ‘Quem tiver mais vontade vai bater na frente’

Ele rivaliza com uma das maiores gerações de todos os tempos de… todos os estilos! Não é fácil disputar com Michael Phelps e Ryan Lochte, e ainda mais complicado é ter, em casa, a rivalidade de um dos raros medalhistas olímpicos do Brasil, Thiago Pereira. Mas por que não seria 2016 o seu ano? Henrique Rodrigues, aos 25 anos, aposta que a Olimpíada em seu país, no seu auge físico, pode ser o divisor de águas em sua carreira. Classificado para os 200m medley, fez sua primeira final em um grande evento no ano passado, no Mundial de Kazan. Em Londres, parou nas semifinais da prova. Agora, em sexto no ranking mundial da temporada, o atleta do Esporte Clube Pinheiros acredita que pode baixar para a casa de 1m55s na prova e beliscar o pódio olímpico.

Henrique Rodrigues é o segundo nome do medley brasileiro – Foto: Reprodução/Site oficial Henrique Rodrigues.

Confira a entrevista com o nadador:

Swim Channel: O que você sente que ainda precisa melhorar na sua prova?

Henrique Rodrigues: Eu tenho os quatro estilos muito equilibrados. Teremos algumas tomadas de tempo até a Olimpíada e eu vou mudar um pouco a minha tática de prova, para chegar na mudança do peito para o crawl com o nado mais encaixado e poder realmente atacar no final. Eu tenho treinado nos últimos seis meses o crawl, o fechamento de prova mais forte. Agora, entrando na fase final de competição, vou realmente atacar mais nessa parte pra deixar o corpo pronto para a competição. Estará todo mundo muito junto, pelo que eles têm nadado, no bolo. E é esse final que vai definir. Já não tem mais aquela coisa de Phelps e Lochte se destacarem, irem embora e deixarem todos para trás.

SC: E qual é o seu palpite para o pódio olímpico nos 200m medley?

HR: Não posso falar em nomes, mas hoje temos dois nadadores na casa de 1m55s. Acredito no ouro para 1m54s, e prata e bronze para 1m55s. Hoje são atletas muito fortes nessa disputa… além de Phelps (2º do ranking de 2016, com 1m55s91) e Lochte (3º, 1m56s22), são dois japoneses (Kosuke Hagino, 1º tempo com 1m55s07 e Hiromasa Fujimori em 4º, 1m57s57), dois brasileiros (Thiago Pereira tem o quinto tempo, 1m57s77), australianos… realmente tem muita gente. Tudo muito misturado. Na hora que vai se definir mesmo o pódio, mas acho que os tempos eu acertei.

Henrique Rodrigues e Thiago Pereira, ao confirmarem o índice olímpico – Foto: Satiro Sodré/ SSPress

SC: Seu melhor foi 1m57s06, feito no Pan do ano passado. No Troféu Maria Lenk você fez 1m57s91. Como está seu trabalho para baixar para essa casa dos 1m55s?

HR: A temporada do Maria Lenk foi muito bacana pra mim, eu já fui preparado pra nadar bem, melhor do que no Open no ano passado (a primeira seletiva). A meta no Maria Lenk era me classificar com um tempo um pouco melhor pra Olimpíada, abaixo de 1m58s, justamente pra já poder entrar nessa briga. Logo após o campeonato, fizemos um treinamento de altitude, o Thiago Pereira estava junto também. Algo bem bacana para nós dois treinarmos juntos, dividir raia, fazermos séries juntos. Acho que estou bem preparado pra fazer melhor que no Pan, que foi meu melhor tempo. Estou na reta final de treino, vou começar o polimento (descanso). Agora é só ajustar os detalhes e realmente descansar a cabeça. A ansiedade já começa a bater. Vai ser a primeira edição no Brasil, a gente não sabe muito bem o que esperar, mas sabe que vai ser alucinante, de outro mundo, até pra quem já é mais experiente. A preparação está a todo vapor para melhorar os detalhes e entrar mesmo na briga pra medalha.

SC: Que diferença você vê com a Olimpíada sendo no Brasil? E os horários das finais (depois das 22h)?

HR: Nós, atletas discutimos muito essa questão do horário. Faremos uma aclimatação a partir do dia 24, para começarmos a adaptação a esses horários e rotina, de cair na água as 22h, 23h. Mas acho que isso é simples. Vai ser mais sofrido na primeira semana, claro, pois é o horário que estamos acostumados a dormir. Mas nadar em casa vai ser algo muito legal. O público brasileiro tão perto, e é um público muito quente, faz muita diferença na hora de definir. Mesmo embaixo d’água, você consegue ouvir a torcida. Vai ser uma experiência totalmente nova. Tem gente que vai ver de forma positiva, outros que vão tremer na base, mas o friozinho na barriga com certeza todos vão sentir.

SC: Você tem o sonho de conquistar a medalha?

HR: Lógico que tenho! Para todo atleta já é um sonho estar na Olimpíada. Eu estive em 2012. Algo que eu sempre ouço em casa é que: tudo o que vamos fazer, e temos a chance de fazer de novo, na primeira vez é para aprender, e a segunda é para resolver. Agora estou mais maduro, entrei no meu auge esse ano, clinicamente falando, aos 25. Meu pico de treinamento é agora, e sonho sim com essa medalha, acho muito possível, em especial pelo ranking mundial deste ano. Vai ser bem interessante de assistir.

SC: Como você vê o grupo do Brasil para os Jogos do Rio?

HR: O grupo evoluiu muito, todos os atletas, desde 2014, do Mundial em Doha. Vemos nos olhos, nos treinamentos dos atletas. Acho que todos hoje na seleção olímpica fizeram por merecer. Claro, sentimos falta do César, mas sei que o Bruno e o Ítalo farão muito bonito também. É uma evolução constante, as categorias mais novas estão melhorando, existe uma renovação que antes não tinha. Esse time de hoje é uma prévia de que o Brasil está montando um time muito forte para os próximos grandes eventos mundiais. Está meio longe ainda, mas vejo que evoluímos muito bem! Vamos surpreender muita gente, pode ter certeza.

Por Mayra Siqueira

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