Chia: a semente da moda

Atualizado em 20 de abril de 2016
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O grão natural é sempre integrado à dieta dos corredores, já que eles são a premissa de que trarão resultados milagrosos. A soja e a linhaça são bons exemplos, que passaram a fazer parte da alimentação dos atletas. Agora, outro deste tipo de semente que os nutricionistas criaram é a chia, rica em fibras e em ômega-3, capaz de exterminar a gordura do abdômen e combater a inflamação das células.

Pode parecer mais um modismo, mas a sementinha de um tipo de erva parecido com a sálvia já era consumida pelos maias e astecas desde 2600 a.C. O motivo, pra lá de justo, era turbinar a resistência física, dar energia e força necessárias para enfrentar as condições extremas de calor e escassez de água e comida.

Dos tempos mais remotos, até os dias de hoje, o grão presta um excelente serviço à saúde dos atletas ao eliminar a oxidação produzida pelos radicais libres. Além disto, esconde outros grandes trunfos, ajudando a prevenir inflamações, moderar a gula (já que contém muita fibra, produz uma sensação de saciedade), protege a flora intestinal, melhora a absorção de nutrientes e reduz o tempo de recuperação das lesões.

Blindagem

Os corredores sofrem de um processo inflamatório natural, isto não é novidade, pois é uma resposta do corpo ao esforço físico repetitivo. “Dentro do organismo, acontecem milhares de reações metabólicas e delas sempre sobram ‘restos’, os radicais livres, que, dependendo da quantidade em que estão concentrados, danificam as células, provocam envelhecimento precoce e até doenças como o câncer”, explica Mariana Klopfer, nutricionista da Nutricius, de São Paulo. Daí a importância do consumo diário da chia, que além de atuar contra os radicais livres, ainda cria uma blindagem do sistema imunológico.

Saciedade

Quase metade da chia é formada por fibras dietéticas, entre insolúveis (36%) e solúveis (5%). As primeiras, depois de ingeridas e em contato com a água, simplesmente incham, absorvendo até 12 vezes seu peso em líquido, o que ajuda a organizar o trânsito intestinal. Já as fibras solúveis interagem com a água, formando uma espécie de gel no estômago e intestino, o que faz com que o esvaziamento gástrico seja mais lento, e a saciedade, prolongada.

Até a absorção de açúcares e gorduras, como o colesterol, sofre uma redução, já que parte dessas substâncias é excretada junto com as fibras. Mas, para que tudo isso funcione, não deixe de abastecer sua garrafa de água. Intestino solto pode ser sinal de que os nutrientes não estão sendo digeridos e absorvidos de forma correta pelo corpo”, avisa Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, de São Paulo.

“Por outro lado, o intestino preso faz com que as fezes e substâncias tóxicas fiquem mais tempo em contato com a parede intestinal. Isso tudo faz com o que atleta se sinta mal e prejudique a sua performance”, alerta a nutricionista.

Recuperação e Resistência

Além destas qualidades, a chia tem de 19% a 23% de proteína (quase o dobro da quinoa) e 18 dos 22 aminoácidos. Incluir o grão na dieta, portanto, colabora na recuperação das fibras musculares e na reposição de glicogênio (reserva energética) no pós-exercício. Enfim, motivos não faltam para você conhecer a chia. Só não espere um algo excepcional de sabor, porque gosto mesmo ela não tem.