Por: Carolina Ribeiro Lopes Ferrer*

Você sabia que muitos atletas de elite viajam para regiões montanhosas para treinar? Essa prática, conhecida como treinamento em altitude, é uma estratégia utilizada por corredores, ciclistas e outros esportistas para melhorar seu desempenho. Mas por que treinar nas alturas pode ajudar tanto? Vamos entender melhor!

O que acontece com o corpo na altitude?

Quando estamos em altitudes elevadas, o ar fica mais rarefeito, ou seja, tem menos oxigênio. Isso faz com que nosso corpo precise se adaptar para continuar funcionando bem. A principal mudança ocorre no sangue, que começa a produzir mais glóbulos vermelhos. Esses são os responsáveis por transportar oxigênio para todo o corpo. Com mais glóbulos vermelhos, o atleta consegue levar mais oxigênio para os músculos, o que é essencial para atividades de resistência, como uma maratona.

Benefícios do treinamento em altitude

Ao treinar em altitude, o corpo se acostuma a trabalhar com menos oxigênio, o que pode ser um desafio no início. No entanto, depois de um tempo, o atleta começa a notar algumas vantagens, como:

• Maior resistência: o corpo se torna mais eficiente em usar o oxigênio disponível, o que ajuda a aguentar mais tempo em atividades intensas.
• Melhora na capacidade pulmonar: respirar em altitudes elevadas pode fortalecer os pulmões e melhorar a capacidade de absorver oxigênio.
• Desempenho aprimorado ao retornar ao nível do mar: quando o atleta volta a treinar ou competir em níveis mais baixos, o corpo sente que há mais oxigênio disponível, o que pode resultar em um desempenho melhorado.

E os desafios?

Apesar dos benefícios, treinar em altitude não é para qualquer um. No começo, o corpo pode sentir os efeitos da menor quantidade de oxigênio, como cansaço excessivo, dores de cabeça e dificuldade para dormir. Por isso, é importante que o treinamento seja gradual, permitindo que o corpo se adapte ao novo ambiente.

Para quem é indicado?

Treinar em altitude é especialmente indicado para atletas que competem em modalidades de resistência, como corridas de longa distância, ciclismo e triatlo. No entanto, com o planejamento certo, qualquer pessoa pode experimentar essa técnica, desde que seja feito com orientação e acompanhamento profissional.

*Carolina Ferrer é médica do esporte no Red Bull Bragantino e trabalhou por 4 anos na Seleção Brasileira de Judô, além de professora na UNINOVE – Campus Vergueiro.