Casos de doping fazem Klöden pensar em parar

Atualizado em 30 de julho de 2007
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Por Daniel Balsa

O alemão Andreas Klöden (Astana) declarou ao jornal “Bild” que tem pensando em deixar o ciclismo, em decorrência dos recentes escândalos de doping.

“É possível que eu deixe o esporte. Temo que ele seja criminalizado e que todos nós terminemos em uma cadeia. Por exemplo: o que acontecerá se alguém colocar algo na minha salada? Darei positivo e me levarão para uma delegacia”, disse.

“Não quero que isso aconteça, eu tenho família. Isso tudo é uma loucura”, completou o ciclista de 32 anos, que também contou que não tem dormido direito à noite em decorrência dos recentes episódios de doping.

Klöden afirmou que nunca usou qualquer tipo de substância proibida em toda sua carreira, ressaltando, inclusive, sua passagem pela Telekom, em 1996. Três ex-ciclistas daquela equipe – os alemães Erik Zabel e Rolf Aldag (hoje diretor da T-Mobile) e o dinamarquês Bjarne Riis (atual diretor da CSC) – declaram que usaram EPO naquela época.

“Eu tinha 21 anos, era o ciclista mais jovem da equipe e faltava o fator confiança. Nunca fiquei sabendo de nada lá”, falou o alemão, que prosseguiu: “Nunca fui suspenso por doping. Só neste ano eu fiz 14 exames, sendo seis surpresas”.

O ciclista também colocou em xeque os procedimentos dos controles antidoping, assim como a veracidades dos resultados, citando os exemplos de seu companheiro na Astana, o cazaque Alexandre Vinokourov – excluído do Tour de France 2007 após ter sua análise positiva para transfusão de sangue – e do alemão Matthias Kessler, pego com um nível elevado de testosterona.

“Há coisas que não entendo, simplesmente não encaixam. Em ambos os casos, os ciclistas lutavam pela vitória. Até por isso, os dois sabiam que estariam na mira dos exames antidoping e ninguém é tão idiota para se arriscar”, encerrou Klöden.