Escândalo de doping na Espanha

Atualizado em 23 de maio de 2006
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POR ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ

Dois dos mais controvertidos personagens do ciclismo espanhol, Manolo Saiz – diretor esportivo da equipe espanhola Liberty Seguros – e o médico Eufemiano Fuentes, que trabalhou em equipes como Kelme e ONCE, foram presos nesta terça-feira em Madri em uma operação de investigação contra o doping.

A prisão foi o resultado de escutas colocadas pela polícia nos telefones de ambos. Outras três pessoas também foram presas: José Luis Merino, responsável por um laboratório de análises clínicas da capital espanhola; Alberto León, ciclista profissional de MTB; e José Ignácio Labarta, diretor esportivo adjunto da equipe Comunidad Valenciana. Foram realizadas seis buscas, uma no laboratório de Merino e cinco em residências – duas delas “vinculadas” a Fuentes. Em uma delas a polícia apreendeu cerca de mil doses de anabolizantes, esteróides e hormônios, além de cem doses de sangue, material para manipulá-las e aparelhos para realizar transfusões. A polícia adiantou que novas prisões podem ser feitas nos próximos dias.

O caso estourou como uma bomba na Espanha e certamente repercutirá em toda Europa. Fulgéncio Sánchez, presidente da Federação Espanhola de Cicilsmo qualificou a notícia como terrível. “Era o que mais desejávamos que não acontecesse, pois prejudica a imagem do ciclismo”, afirmou. Victor Cordero, diretor da Vuelta a España, disse que o caso é “uma nova paulada no ciclismo”. O diretor-geral da equipe Liberty, Pablo Antón, disse estar “tranqüilo, pois não há lugar para dúvidas”. Vicente Belda, diretor esportivo da equipe Comunidad Valenciana afirmou que o caso é “uma facada pelas costas no ciclismo. É o pior que poderia acontecer”.

Esta é a segunda ocasião que a equipe Liberty se vê envolvida com doping nos últimos meses. Na mais recente edição da Volta a España, em setembro, um de seus ciclistas, Roberto Heras, perdeu o título de campeão assim que foram divulgados os resultados do exame antidoping realizado na 20ª etapa. Fuentes também esteve envolvido no caso, pois era supostamente o médico pessoal do atleta.