Laticínios para os corredores

Atualizado em 14 de dezembro de 2010
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Por Fausto Fagioli Fonseca

Os produtos derivados do leite estão presentes na alimentação humana desde a mais tenra idade até a velhice. Alimentos como manteiga, diversos tipos de queijo, iogurte e o próprio leite são a base da alimentação de crianças e adultos. Para quem pratica um esporte como a corrida são também essenciais, mas com algumas ressalvas.

A primeira delas, como fala a nutricionista Ana Paula Souza, da Clínica de Nutrição Santé, é que, de preferência, sejam ingeridos depois da prática esportiva. “O ideal é que a ingestão de laticínio seja após a corrida, por causa das gorduras e proteínas presentes leite”, diz. Luís Ricardo Alves, nutricionista esportivo da clínica nutrição fácil, ainda completa:

“Os laticínios até podem ser ingeridos antes, mas não se deve exagerar, pois são fontes de proteínas, que nunca devem ser consumidas em demasia antes do treino ou competição. Por isso, é mais recomendada mesmo após os treinos. Entretanto, se o treino for feito à noite, claro, ele deve consumir fontes de laticínios ao longo do dia”.

É bom e faz bem…
Por serem uma grande fonte de vitaminas, os laticínios não devem ser preteridos a alimentação diária. Suas proteínas, por exemplo, ajudam a fortalecer e recuperar as fibras musculares lesadas no treino ou competição, além disso, outras substâncias importantes para o organismo são abundantes nestes alimentos.

“São excelentes fontes de cálcio e proteínas animais (consideradas de alto valor biológico, pois possuem boas quantidade de aminoácidos essenciais). A corrida é um dos exercícios que ajudam a fortalecer os ossos, por causa do impacto, e também precisa da matéria prima (cálcio) para que isso ocorra”, fala Alves. Veja abaixo algumas outras substâncias presentes nestes alimentos, listadas pelo nutricionista:

Vitamina K: sua deficiência está relacionada à osteoporose e doenças hemorrágicas;

Vitamina B1 (tiamina): essencial no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas;

Vitamina B12 (cobalamina): funciona como cofator para duas enzimas (metilmalonil-CoAmutase e metionina sintetase) importantes para o funcionamento correto do nosso organismo. Pode estar associada a intolerância a proteínas, retardo mental, hipo ou hiperglicemia intermitente etc;

Biotina: importante na gliconeogênese, na síntese de ácidos graxos, no metabolismo protéico e de servir como coenzima para algumas enzimas;

Colina: previne o depósito de gordura no fígado, que causam danos hepáticos. Essencial para integridade estrutural e função sinalizadora das membranas celulares;

Fósforo: um dos principais componentes da membranas biológicas (membranas das nossas células). Tem função de tamponar sistemas ácidos ou alcalinos, auxilia na manutenção do pH e na ativação de diversas enzimas etc.

Cardápio ideal
Os esportistas devem dar preferência às opções menos gordurosas, como coalhada e queijos brancos, como minas, cottage e ricota. “Atenção com os queijos gordurosos (queijos de cor amarela) como mussarela, brie, provolone, gorgonzola, prato, de manteiga, chedar, catupiri etc”, ressalta o nutricionista.

Para o cardápio do esportista a nutricionista Ana Paula sugere: 3 a 4 porções de laticínios dia (1 iogurte, 1 colher de requeijão, 1 copo de leite, 1 fatia de queijo). Os que têm intolerância à lactose podem optar por alimentos a base de soja, incluir alimentos integrais, verdes escuros, leguminosas e oleaginoas.