<font face= O relaxamento muscular vem sendo utilizado como uma forma de acelerar a recuperação de atletas de diferentes modalidades após esforço. É comum vermos atletas recebendo massagem durante partidas de futebol, tênis e outros esportes. É importante ressaltar que os efeitos fisiológicos da massagem, dentre eles a ativação do fluxo sanguíneo com objetivo de melhora do retorno venoso. No entanto, o quanto a massagem pode otimizar a performance ainda não está muito evidente.

A recuperação ativa tem sido mais observada do que o repouso após uma prova ou repetição de alta intensidade. De forma clássica, essa estratégia visa acelerar a remoção das escórias metabólicas decorrente do exercício. Estas escórias, quando acumuladas, afetam negativamente o desempenho se um novo teste ou repetição for realizado imediatamente após o esforço.

Imaginemos a seguinte situação: o ciclista faz um tiro de 10 km no máximo esforço que consegue suportar. Após este tiro duas opções são possíveis: (1) ele realizar mais alguns minutos de recuperação ativa sobre a bicicleta, pedalando em um ritmo leve, ou (2) ele realizar uma recuperação passiva recebendo uma massagem nos membros inferiores.

Ambas, fisiologicamente, promoveriam uma suficiente vascularização nos membros inferiores, efeito este importante para a remoção das escórias metabólicas. Embora a massagem ofereça benefícios no sentido do relaxamento muscular, o que pode ser um fator positivo para o desempenho, o fato da massagem atuar como um catalisador da remoção de metabólicos como o lactato (o que ocorre com a recuperação ativa) ainda não é plenamente confirmado pelos cientistas.

Nesta perspectiva, um estudo recentemente publicado no British Journal of Sports Medicine (Jornal Britânico de Medicina do Esporte) verificou que não existe diferença entre ficar em repouso completo ou receber massagem após o exercício sobre a remoção de escórias metabólicas e sobre o desempenho pós-recuperação em indivíduos que receberam massagem. Os autores avaliaram nove atletas controlando a dieta em dois dias onde foram realizados testes de Wingate (30 segundos) seguidos, com e sem protocolo de massagem para recuperação. A massagem durava cerca de 10 minutos e era aplicada nos músculos posteriores do membro inferior.

A medição do lactato não apresentou diferenças significativas, indicando que a mudança no fluxo sanguíneo com a massagem parece não ser suficiente para aumentar a remoção do lactato. Também não foram observadas alterações na potência máxima. A única alteração observada foi uma diminuição no índice de fadiga, o que pode ter ocorrido devido a alguma mudança na função muscular. Os autores não conseguiram explicar esse resultado, que deve continuar a ser investigado.
"/>Foto:  O relaxamento muscular vem sendo utilizado como uma forma de acelerar a recuperação de atletas de diferentes modalidades após esforço. É comum vermos atletas recebendo massagem durante partidas de futebol, tênis e outros esportes. É importante ressaltar que os efeitos fisiológicos da massagem, dentre eles a ativação do fluxo sanguíneo com objetivo de melhora do retorno venoso. No entanto, o quanto a massagem pode otimizar a performance ainda não está muito evidente.

A recuperação ativa tem sido mais observada do que o repouso após uma prova ou repetição de alta intensidade. De forma clássica, essa estratégia visa acelerar a remoção das escórias metabólicas decorrente do exercício. Estas escórias, quando acumuladas, afetam negativamente o desempenho se um novo teste ou repetição for realizado imediatamente após o esforço.

Imaginemos a seguinte situação: o ciclista faz um tiro de 10 km no máximo esforço que consegue suportar. Após este tiro duas opções são possíveis: (1) ele realizar mais alguns minutos de recuperação ativa sobre a bicicleta, pedalando em um ritmo leve, ou (2) ele realizar uma recuperação passiva recebendo uma massagem nos membros inferiores.

Ambas, fisiologicamente, promoveriam uma suficiente vascularização nos membros inferiores, efeito este importante para a remoção das escórias metabólicas. Embora a massagem ofereça benefícios no sentido do relaxamento muscular, o que pode ser um fator positivo para o desempenho, o fato da massagem atuar como um catalisador da remoção de metabólicos como o lactato (o que ocorre com a recuperação ativa) ainda não é plenamente confirmado pelos cientistas.

Nesta perspectiva, um estudo recentemente publicado no British Journal of Sports Medicine (Jornal Britânico de Medicina do Esporte) verificou que não existe diferença entre ficar em repouso completo ou receber massagem após o exercício sobre a remoção de escórias metabólicas e sobre o desempenho pós-recuperação em indivíduos que receberam massagem. Os autores avaliaram nove atletas controlando a dieta em dois dias onde foram realizados testes de Wingate (30 segundos) seguidos, com e sem protocolo de massagem para recuperação. A massagem durava cerca de 10 minutos e era aplicada nos músculos posteriores do membro inferior.

A medição do lactato não apresentou diferenças significativas, indicando que a mudança no fluxo sanguíneo com a massagem parece não ser suficiente para aumentar a remoção do lactato. Também não foram observadas alterações na potência máxima. A única alteração observada foi uma diminuição no índice de fadiga, o que pode ter ocorrido devido a alguma mudança na função muscular. Os autores não conseguiram explicar esse resultado, que deve continuar a ser investigado.

Massagem na recuperação após esforço

Atualizado em 22 de março de 2008
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 O relaxamento muscular vem sendo utilizado como uma forma de acelerar a recuperação de atletas de diferentes modalidades após esforço. É comum vermos atletas recebendo massagem durante partidas de futebol, tênis e outros esportes. É importante ressaltar que os efeitos fisiológicos da massagem, dentre eles a ativação do fluxo sanguíneo com objetivo de melhora do retorno venoso. No entanto, o quanto a massagem pode otimizar a performance ainda não está muito evidente.

A recuperação ativa tem sido mais observada do que o repouso após uma prova ou repetição de alta intensidade. De forma clássica, essa estratégia visa acelerar a remoção das escórias metabólicas decorrente do exercício. Estas escórias, quando acumuladas, afetam negativamente o desempenho se um novo teste ou repetição for realizado imediatamente após o esforço.

Imaginemos a seguinte situação: o ciclista faz um tiro de 10 km no máximo esforço que consegue suportar. Após este tiro duas opções são possíveis: (1) ele realizar mais alguns minutos de recuperação ativa sobre a bicicleta, pedalando em um ritmo leve, ou (2) ele realizar uma recuperação passiva recebendo uma massagem nos membros inferiores.

Ambas, fisiologicamente, promoveriam uma suficiente vascularização nos membros inferiores, efeito este importante para a remoção das escórias metabólicas. Embora a massagem ofereça benefícios no sentido do relaxamento muscular, o que pode ser um fator positivo para o desempenho, o fato da massagem atuar como um catalisador da remoção de metabólicos como o lactato (o que ocorre com a recuperação ativa) ainda não é plenamente confirmado pelos cientistas.

Nesta perspectiva, um estudo recentemente publicado no British Journal of Sports Medicine (Jornal Britânico de Medicina do Esporte) verificou que não existe diferença entre ficar em repouso completo ou receber massagem após o exercício sobre a remoção de escórias metabólicas e sobre o desempenho pós-recuperação em indivíduos que receberam massagem. Os autores avaliaram nove atletas controlando a dieta em dois dias onde foram realizados testes de Wingate (30 segundos) seguidos, com e sem protocolo de massagem para recuperação. A massagem durava cerca de 10 minutos e era aplicada nos músculos posteriores do membro inferior.

A medição do lactato não apresentou diferenças significativas, indicando que a mudança no fluxo sanguíneo com a massagem parece não ser suficiente para aumentar a remoção do lactato. Também não foram observadas alterações na potência máxima. A única alteração observada foi uma diminuição no índice de fadiga, o que pode ter ocorrido devido a alguma mudança na função muscular. Os autores não conseguiram explicar esse resultado, que deve continuar a ser investigado.