Merckx condena uso do doping no ciclismo

Atualizado em 03 de agosto de 2007
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Por Daniel Balsa

O ex-ciclista belga Eddy Merckx, vencedor de cinco Tour de France e cinco Giro d’Italia, afirmou que boa parte dos ciclistas não usam substâncias proibidas, entretanto, os demais estão “arriscando a vida” ao se doparem.

“Tem muita gente honesta. Três quartos do pelotão está limpo, mas o resto se arrisca muito. Os ciclistas que se dopam estão jogando a vida em uma roleta russa. A situação do doping no ciclismo é cada vez mais grave”, falou “O Canibal”, ao jornal italiano “Gazzetta dello Sport.

Para Merckx, ciclistas que realizam transfusão de sangue para obter um melhor desempenho, como exames apontam que foi o caso do cazaque Alexandre Vinokourov durante o Tour de France 2007, devem ser proibidos de continuar no esporte.

“Não deve haver piedade com estes casos”, disse o ex-ciclista, que pede maior compreensão com os competidores que utilizam substâncias proibidas, mas possuem receita médica, como foi o caso do italiano Alessandro Petacchi, pego com o uso de Salbutamol, mas inocentado por utilizar o medicamento para tratar sua asma.

“Tem de ser considerado o fato de quando se o ciclista testa positivo por usar um spray, quando ele precisa o medicamento e possui receita médica”, contou Merckx, que sugeriu etapas menos duras durante as principais competições, o que, para ele, diminuiria o uso de doping.

O ex-ciclista aproveitou para atacar a imprensa, afirmando que os mesmos exageram quando tratam o assunto do doping. “Não há nada insano no ciclismo. Muitos veículos chegaram a falar que Maurício Soler (campeão na classificação das montanhas do Tour de France 2007) testou positivo, mas ele sequer havia sido submetido ao exame antidoping”, apontou.

“Uma vez um jornalista escreveu, em 1972, que eu havia sido flagrado com anfetaminas. O processo contra ele por difamação ainda está em curso”, completou.

Merckx também relembrou sua expulsão do Giro d’Italia de 1969, após um exame antidoping. “Falaram que eu usei um estimulante que se encontrava em um remédio proibido, mas a contra-prova e os testes posteriores deram todos negativos”, encerrou.