Por Fausto Fagioli Fonseca

O ultramaratonista Márcio Villar tinha uma meta ao competir na edição de 2011 da Arrowhead, corrida de 217 km com temperaturas em torno de 50ºC negativos, disputada no estado de Minnesota, nos Estados Unidos no mês de fevereiro: fazer o “double”, ou seja, ir e voltar no mesmo percurso, completando a incrível distância de 434 km.

Porém, a organização do evento, dadas as condições de Villar e também do clima, aconselhou o atleta, após ele ter completado a primeira parte da prova (217 km), a não continuar o desafio. “Eu me poupei a prova toda para conseguir voltar e com essa decisão da organização, que foi certa, eles alegaram que com 50 negativos, já cansado dos 217 km da prova e sem apoio nenhum, com os pés cheios de bolhas seria suicídio e já falaram que no ano que vem vão me apoiar na tentativa, não pude realizar meu objetivo, o que me deixou mais triste, já que poderia ter brigado pela vitória se soubesse que não ia correr a volta”, revelou o atleta em sua página no Facebook.

Villar liderou a corrida até o quilômetro 40, quando preferiu diminuir o ritmo devido a uma bolha sem eu pé, pensando na segunda parte da prova. Entretanto, o corredor carioca tem motivos para comemorar. Dos cerca de 64 corredores que largaram, somente 18 completaram o desafio. “Estou frustrado e triste, mas de cabeça erguida, pois dei meu sangue na prova e consegui o que muitos não conseguiram. Estavam aqui os melhores atletas de inverno do mundo e eu fiz o que pude e não pude. Se não dois, um troféu eu estou levando para o Brasil”, finalizou o atleta.