O passado e o presente no Triathlon

Atualizado em 18 de março de 2011
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Neste final de semana, mais uma vez eu me peguei pensando na evolução do triathlon. Não sou daqueles triatletas que vivem com números de profissionais na cabeça, que respiram o dia-a-dia de cada atleta e sabem o que, quando e o que fazem de treino e provas. Mas tenho algumas referências e acredito que elas são fundamentais para que possamos analisar resultados e estudos sobre o tema.

E o que percebemos ao longo destes 20 anos é que surgiram diversas fórmulas mágicas de treinamento, muitas mudanças na tecnologia de material para treino/prova e estudos voltados à alimentação e suplementação. É um avanço. Mas nada disso substitui as duas questões fundamentais para quem busca performance – genética e treino.

Na década de 90, tivemos a confirmação de grandes ícones do triathlon mundial na distância de IRONMAN, Mark Allen e Paula Newby-Fraser. Ele foi campeão seis vezes e ela oito no Havaí. Naquela época, ambos ganhavam as provas com tempos velozes e que, hoje também, seriam de vencedores. Num dos anos, Mark venceu finalizando a prova em 8h07. E, em outros dois anos, em 8h09. Paula manteve o recorde da prova por dezessete anos, até que em 2009, Chrissie Wellington, roubou a cena, ao baixar um minuto e vinte segundos.

Além de olhar para o tempo total da competição, é importante analisar as parciais de ciclismo e corrida que giravam na mesma média dos dias de hoje. Até porque, com intuito melhorar a perfomance, muitos triatletas se perdem ao tentar incluir nas suas já puxadas rotinas de treinos metas próximas a cada uma das modalidades individualmente.

Ou seja, tentaram estar mais próximo do que um ciclista, um corredor e um nadador fazem na semana de treinos. O resultado, infelizmente, é que na maioria dos casos o corpo sucumbe a tanto esforço. Como é possível, em uma semana, ter um treino com quase 1 mil quilômetros de ciclismo, 110 quilômetros de corrida e mais 25 quilômetros de natação?

Já tivemos ciclistas que estavam no pro tour e decidiram encarar a rotina dos treinos de triathlon e foram ver qual seria o resultado em um IRONMAN. Não foi tão diferente do que os triatletas top fazem no pedal. Mas, em contrapartida, a corrida – pós-ciclismo – ficou bem prejudicada, mostrando que o equilíbrio nas modalidades é fundamental.

A pergunta que fica no ar é: como seria hoje a performance dos atletas da década de 90, se eles tivessem toda a evolução tecnológica e de suplementação de saúde que os atletas de hoje têm? Não temos como saber. Sem devaneios, podemos imaginar que, provavelmente, os atletas daquela época iriam ser ainda mais velozes. Não importa. Temos que valorizar cada conquista dos antigos e legítimos heróis do mundo do triathlon.

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