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Por Fausto Fagioli Fonseca
O futebol, admitamos, é, de longe, o esporte com maior destaque no Brasil. Mas nem por isso outras modalidades, como a corrida, deixam de ter seus solitários heróis. Entre tantos, um deles atende por um nome consagrado pelo esporte bretão. Ronaldo. Esse nunca se deu muito bem com a bola, mas também é um fenômeno. Ronaldo da Costa nasceu na pequena cidade mineira de Descoberto, no ano de 1970. Superou, com a corrida, a infância pobre e tornou-se recordista mundial da maratona. Seu tempo de 2h06min05s, aliás, é, até hoje, o melhor de um não-africano nos 42 km.
Leia abaixo a entrevista concedida pelo ex-atleta para o O2 Por Minuto, em que ele fala do início da carreira, das suas principais conquistas e da difícil situação financeira que vive atualmente.
O2 – Como era sua vida quando criança, na cidade de Descoberto?
Ronaldo da Costa – Sinto falta da minha infância… brincava muito e não tinha responsabilidade com nada. De uma família de 11 irmãos, sou o mais novo, junto com meu irmão gêmeo. Era um menino pobre, mas feliz da vida, rs.
O2 – Como você descobriu a corrida?
RC – Descobri através de um evento na minha cidade, no dia 30 de maio de 1987. O prefeito daquela época realizou uma corrida de aniversário da cidade. Com duas semanas de treinamento fui o segundo colocado no geral nos 10 km, com o tempo de 40 minutos. No mesmo ano, em setembro , teve outro corrida e eu ganhei. Ali as coisas começaram a melhorar.
O2 – Ela foi um meio de ascensão social e financeira?
RC – Foi sim! Já considerava como um trabalho e foi muito importante em minha vida. Desde que comecei, considerava o esporte como um emprego.
O2 – Quando começou a correr, até onde esperava chegar?
RC – Meu sonho era ganhar a São Silvestre. Quando venci, em 1994, fazia nove anos que um brasileiro não subia no lugar mais alto do pódio. Foi uma grande festa!
O2 – Considera a Maratona de Berlim de 1998 sua maior conquista?
RC – A Maratona de Berlim foi umas das minhas grandes conquistas, assim como a São Silvestre, o bronze no Mundial de meia-maratona em Oslo, em 1994 e o bronze nos Jogos Pan-americanos de Mar del Plata, em 1995.
O2 – Quando partiu para a disputa da Maratona de Berlim, esperava quebrar o recorde mundial?
RC – Vou falar a verdade. Fui para quebrar o recorde brasileiro (2h08min26s). Mas estava tão bem no quilômetro 30 que vi que podia tentar o recorde mundial (na época de 2h06min50s, do etíope Belayneh Dinsano) . Aí, meu amigo, concentração total! Fui para o abraço com duas estrelas, rs.
O2 – Como foi sua preparação para esta prova?
RC – A preparação foi a melhor possível. Treinei em três cidades: Descoberto, Teresópolis e Rio de Janeiro, com o acompanhamento do meu grande treinador Carlos Alberto Caveilheiros. Não posso esquecer de citar também de Jéferson Viana, meu treinador em Juiz de Fora e do doutor Henrique, meu treinador na época da vitória na São Silvestre.
O2 – O que acha de Marilson Gomes dos Santos? Acha que ele pode alcançar um dia sua marca de 2h06min05s?
RC – O Marilson é um exemplo de humildade e tem muito respeito ao próximo. Adoro ele e torço muito para que ele vá ainda mais longe. Desta nova geração, ele é o cara! Uma pena que não seja de minha época, porque senão a gente faria um estrago maior. Quanto a meu recorde, acho que ele pode quebrar sim. Torço por isso aconteça. Ele é um atleta constante e tudo é possível.
O2 – Como é ficar longe das competições?
RC – Sinto muito falta de competir, pois viajava sempre com os amigos que gostava, principalmente meu amigo Luís Antônio dos Santos.
O2 – Sente que falta reconhecimento por seus feitos?
RC – Pelo que fiz pelo atletismo brasileiro, sempre representando bem meu país, esperava mais respeito, principalmente por parte das autoridades. Tenho muito mágoa dos responsáveis pela cidade de Descoberto, onde nasci, e também mágoa das autoridades de onde moro atualmente, São João Nepomuceno, pois não me dão oportunidade de trabalho.
Gostaria de aproveitar para agradecer José Mauro Valente, que foi um grande atleta dos 1.500 metros. Ele tem me ajudado muito. Agradeço também Anízio e Valdeno dos Santos, que me fizeram um convite para ser padrinho do projeto www.escost.com.br.
O2 – A corrida te deixou rico?
RC – A corrida não me deixou rico. Poderia estar em melhor de situção. Não passo um momento bom na minha vida. Quero uma oportunidade de mostrar meu trabalho de um homem digno. Apenas isso. Gostaria também de mandar um abraço a todos os amigos eleitores da revista O2.
Assista abaixo o vídeo que mostra a conquista da Maratona de Berlim por Ronaldo da Costa e seu recorde mundial dos 42 km
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