Sirlene Pinho

Atualizado em 18 de abril de 2008
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Por Odara Gallo

A atleta que começou a correr por lazer e despontou no esporte depois de trabalhar na casa do ultramaratonista Valmir Nunes, que resolveu treiná-la, é hoje um dos maiores nomes da corrida de rua no país. Sirlene Pinho é baiana, mas mora em Santos desde 1994, e foi na cidade paulista que ela começou a treinar profissionalmente e trilhar uma carreira no atletismo. Ainda com pouca experiência em maratonas, Sirlene Pinho conquistou a medalha de bronze no Pan do Rio de Janeiro e agora tenta baixar seu tempo para assegurar a vaga nas Olimpíadas de Pequim.

O2 – Como foi seu início no esporte?
Sirlene Pinho
– Eu já corria na praia, mas era mais por hobbie, e participava de provas sem muita pretensão. Conheci o Valmir Nunes em Santos e já tinha por ele uma admiração, pois acompanhava a sua carreira. Fui trabalhar na casa dele como doméstica e ele me convidou para treinar com ele. No começo achei que não ia dar certo, mas o Valmir disse que eu tinha potencial para me tornar uma grande corredora, então aceitei.

O2 – Você imaginava chegar no patamar que está hoje?
Sirlene Pinho
– Pensava em me tornar uma profissional e poder correr ao lado de grandes atletas como Márcia Narloch e hoje consegui realizar esse desejo. Além de ser uma grande corredora, Márcia é uma pessoa maravilhosa, muito humilde.

O2 – Qual foi o momento inesquecível da sua carreira?
Sirlene Pinho
– Eu estava começando a me destacar em 2003, mas sofri uma lesão na tíbia e tive que ficar oito meses parada. Foi uma fase muito complicada, fiquei desanimada e pensei até em desistir, pois muita gente falava que a lesão era séria e que seria difícil eu voltar. Eu dava uma corridinha e já tinha que parar por causa da dor. O Valmir falava para mim para eu não desanimar, pois eu ia conseguir. Com o apoio dos amigos e da família, eu me recuperei e venci a Volta de Itu, em 2005. Foi um momento muito importante, porque eu tinha acabado de voltar e foi uma superação.

O2 – Você tentou baixar seu tempo e assegurar o índice para Pequim na Maratona de Turim (13/04), mas não conseguiu completar a prova. O que te fez parar?
Sirlene Pinho
– Eu fiz uma cirurgia no ovário recentemente, mas estava me sentindo bem nos treinos. Fui para a prova na quarta-feira e treinei com frio e chuva dias antes da maratona. No dia da corrida acordei com dor de cabeça e parei no 21 km porque não estava me sentindo bem.

O2 – Como foi para você ter que abandonar uma prova tão importante?
Sirlene Pinho
– Fiquei muito desanimada, porque fica a sensação de que perdi para mim mesma. Na hora eu pensei: “E agora? Será que vai dar tempo de correr outra?”. Agora meu treinador está escolhendo outra prova para eu treinar até 11 de maio, que é a data limite para a classificação para as Olimpíadas.

O2 – Você ainda está desanimada por causa do abandono em Turim?
Sirlene Pinho
– Voltei bem mal de lá, mas com a volta aos treinos e a ajuda dos amigos já estou bem. Vou correr mais uma prova para baixar o meu tempo. Minha expectativa está forte para Pequim, porque estou classificada, mas meu tempo empata com o de mais outras duas atletas. Agora é só manter a tranqüilidade para fazer uma boa prova e ir para os Jogos.