Top certo

Atualizado em 27 de setembro de 2007
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Por Juliana Saporito

Por que comprar um top é tão complicado? O mercado oferece uma grande variedade de modelos, tamanhos, tecidos e até os divide de acordo com o nível técnico da atleta. Importante mesmo é saber que não dá para abrir mão dele na hora de praticar esportes.

O assunto é tão sério que foi tema de uma pesquisa inglesa recente. Joanna Scurr, estudiosa da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, realizou um trabalho com 70 mulheres com o objetivo de avaliar a movimentação dos seios durante a corrida, e seus efeitos. O resultado mostrou que a oscilação é grande, podendo chegar a 21 centímetros, o que pode prejudicar o desempenho e a saúde das esportistas.

“A dor causada pelo exercício pode ser uma barreira real para que as mulheres realizem atividades físicas”, afirmou Joanna Scurr. Ela garantiu ainda que o tamanho dos seios não tem ligação com o risco de dores mais fortes: “Independentemente de ser PP ou GG, toda mulher está sujeita a sofrer com o impacto na região peitoral”.

Como os sutiãs convencionais não têm capacidade de sustentar o movimento dos seios durante o impacto, o que parece simples à primeira vista pode levar a resultados preocupantes, como lesões na coluna, dores musculares e desconforto durante e depois dos treinos.

Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade das corredoras sofrem com o problema. Para elas, ficou comprovado que o uso de tops esportivos pode diminuir em até 80% estes efeitos, desde que escolhidos de acordo com o biotipo e o objetivo técnico de cada uma.

Por tudo isso, ficar de olho em alguns detalhes e dicas pode ajudar na escolha de um modelo que seja adequado e que vá acompanhá-la nas pistas, nos parques, na academia e em competições por bastante tempo. Tudo com muito conforto, segurança e estilo.

Suporte ao impacto
As corredoras precisam de tops adaptados para a absorção do impacto, que sejam firmes e resistentes. Antes de escolher pela cor ou pelo design, procure pelas indicações técnicas na hora de comprar.

“O conforto faz a diferença”, disse o gerente de produto e desenvolvimento da Fila, Paulo Zugaib. “O contato da peça com o corpo está relacionado ao conforto. Quanto maior for o top, menos liberdade de movimentos ele dará”, explicou Paulo. Por isso, os modelos mais grossos e com alças trançadas são mais indicados para a academia, assim como as camisetes. “Para as ruas, nos treinos e provas, prefira os tops menores, mais finos e leves”, completou.

O tecido também é importante
A tecnologia permite encontrar diversos tipos de materiais que ajudam na performance, adaptam-se ao tipo de pele e até à temperatura do corpo. Para as provas de longa distância, os tecidos mais indicados são confeccionados em elastano ou dry fit, já que a transpiração é maior. “A melhor opção são os modelos sem costura, muito mais confortáveis”, sugeriu Zugaib.

E os tamanhos?
Há tops com alças finas, grossas, trançados nas costas, curtos e os que se assemelham a regatas. De acordo com o local do treino e as condições do clima, escolha o que te deixar mais confortável e segura e o que se adequar melhor ao seu tipo físico. “As mulheres de ombros largos devem usar modelos diferenciados das que têm uma estrutura menor”, lembrou Zugaib. É indicado, no primeiro caso, o top de alças largas. O modelo dá mais sustentação e não prejudica os movimentos. Para as atletas com costas mais estreitas, os tops com alças finas são ideais pela leveza e também pela funcionalidade.

Cuide dele
Sempre siga as instruções do fabricante de como lavar, secar e guardar seu top. Evitar o uso de alvejantes, lavar a seco e não passar a ferro, por exemplo, são medidas que ajudam a prolongar a vida da peça, sem danificar a elasticidade ou aparência, deixando-a sempre pronta para a próxima empreitada. Mas não esqueça que depois de cerca de 72 lavagens o elástico começa a perder a elasticidade e você precisará repor seu top. Mudanças de peso também pedem um novo.