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Uma Vuelta a España ao feitio de Froome

Atualizado em 13 de janeiro de 2017
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A Unipublic, empresa que organiza a Vuelta a España, divulgou o percurso da edição 2017, que terá início no dia 19 de agosto, com um contrarrelógio. Pela terceira vez em 80 anos de “La Vuelta”, a competição terá início fora das fronteiras espanholas. Nîmes, na França, terá essa honraria, a mesma que coube a Lisboa, em 97, e à cidade holandesa de Assen, em 2009.

Nîmes é a capital da região de Gard, ao sul da França, e é conhecida como “a pequena Roma”, por causa da forte presença de elementos do Império Romano em sua arquitetura e cultura. Em 31 A.C., o imperador Augusto derrotou os exércitos de Marco Antônio e Cleópatra. Exultante com o triunfo, Augusto deu Nîmes de presente a suas tropas.
Após duas etapas percorridas em território francês, a caravana passa por Andorra, em incursão que está ficando comum na Vuelta a España. A quarta etapa é a primeira com entrada no território espanhol, Tarragona. Em seguida, as bikes passam pela Comunidade Valenciana, Múrcia, Andaluzia, Navarra, La Rioja, Castela e Leão, Cantábria e Astúrias, antes da chegada tradicional, em Madri.

As partidas serão em locais inéditos, e oito chegadas vão se dar em localidades que nunca integraram esse mapa na Vuelta a España. O Alto de L’Angliru, o ponto que separa os homens dos meninos na Vuelta, foi colocado estrategicamente na penúltima etapa, numa estratégia dos organizadores, que pretendem manter o suspense e a indefinição até os trechos finais da competição.

 

 

O Alto de l’Angliru é uma estrada íngreme da montanha das Astúrias, no norte da Espanha. O ponto culminante da escalada, uma das mais difíceis do ciclismo internacional, situa-se a 1.570m. O desnível é de 1.248m. A escalada dura 12,55km.

A Vuelta a España continua sendo o terceiro evento em importância e prestígio no World Tour, atrás do Tour de France e do Giro d’Italia. Desde que o atual idealizador de percursos, Javier Guillén, assumiu o cargo em 2008, a desvantagem para a competição italiana está caindo.

A audiência televisiva cresce nos anos Guillén, o interesse dos populares que se espremem à beira das estradas idem.
Carrasco dos ciclistas, ele tem predileção por subidas excruciantes, o que contempla os interesses dos escaladores. Este ano, esses especialistas novamente foram beneficiados, mas não com tanta ênfase como nas últimas edições da competição.

Chris Froome (Sky), maior nome do ciclismo na atualidade, será provavelmente beneficiado por um longo contrarrelógio na etapa 16, de 42km. O britânico, que ainda batalha por sua primeira camisa vermelha, foi três vezes vice-campeão da Vuelta.

Provavelmente o atual campeão, o colombiano Nairo Quintana, estará fora da edição 2017. Mas há um pelotão de quatro ex-campeões para complicar os planos de Froome: Alberto Contador, Alejandro Valverde, Vincenzo Nibali e Fabio Aru.

Contador já manifestou, em entrevista ao jornal “El País”, seu desagrado com esse contrarrelógio tão ao feitio do forte adversário. “O contrarrelógio é muito longo e muito plano. Vai me causar um forte prejuízo. Depois dele, a única oportunidade para eu recuperar tempo será o Angliru”.

Froome é um dos poucos escaladores com condições se de dar bem também nesse contrarrelógio, que será disputado depois do segundo dia de descanso, abrindo a última semana de corridas. Em excelente forma e beneficiado pelo trabalho de equipe inigualável da Sky, o britânico tem tudo para abrir uma bela vantagem naquele ponto.

Se a tese de Contador estiver correta, os escaladores terão que antecipar sua cartada. As montanhas Calar Alto e La Pandera são lugares ideais para isso, mas ainda melhor é a Sierra Nevada, situada a 2.490km de altitude. Quem chegar a esse pico com gasolina no tanque estará propenso a vestir a camisa vermelha no final.

Percurso:

1ª etapa – 19 de agosto: Nimes – Nimes / 13,8 Km. (contrarrelógio)
2ª etapa – 20 de agosto: Nimes – Gruissan. Grand Narbonne / 201 Km
3ª etapa – 21 de agosto: Prades – Andorra La Vella / 158,5 Km.
4ª etapa – 22 de agosto: Escaldes-Engordany – Tarragona / 193 Km.
5ª etapa – 23 de agosto: Benicassim – Alcossebre / 173,4 Km.
6ª etapa – 24 de agosto: Vila-Real – Sagunt / 198 Km.
7ª etapa – 25 de agosto: Lliria – Cuenca / 205,2 Km.
8ª etapa – 26 de agosto: Hellín – Xorret de Catí / 184 Km.
9ª etapa – 27 de agosto: Orihuela – Cumbre del Sol / 176,3 Km.
—— 28 de agosto: Descanso ——
10ª etapa – 29 de agosto: Caravaca – El Pozo (Alhama de Murcia) / 171 Km.
11ª etapa – 30 de agosto: Lorca – Calar Alto / 188 Km.
12ª etapa – 31 de agosto: Motril – Antequera / 161,4 Km.
13ª etapa – 1 de setembro: Coín – Tomares / 197 Km.
14ª etapa – 2 de setembro: Écija – Sierra de La Pandera / 185,5 Km.
15ª etapa – 3 de septiembre: Alcalá La Real – Sierra Nevada / 127 Km.
—— 4 de setembro: Descanso —–
16ª etapa – 5 de setembro: Circuito de Navarra (Los Arcos) – Logroño / 42 Km. (CRI)
17ª etapa – 6 de setembro: Villadiego – Los Machucos / 180 Km.
18ª etapa – 7 de setembro: Suances – Santo Toribio de Liébana / 168,5 Km.
19ª etapa – 8 de setembro: Parque Natural de Redes (Caso) – Gijón / 153 Km.
20ª etapa – 9 de setembro: Corvera de Asturias – Angliru / 119,2 Km.
21ª etapa – 10 de setembro: Arroyomolinos – Madrid / 101,9 Km