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Com chuva, Omnium é cancelada no Brasileiro de Pista

Atualizado em 17 de outubro de 2016
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Disputado num velódromo descoberto e com pista rachada de cimento, o Campeonato Brasileiro de Pista (categorias elite, sub-23 e paraciclismo), foi marcado pela precariedade. Na sexta-feira (dia 14), último dia, as chuvas impediram a disputa da Omnium, comprovando o quão inoportuna foi a escolha do Velódromo Municipal de Maringá para abrigar a competição num momento em que o ciclismo brasileiro dispõe de uma pista moderna como a do Velódromo Olímpico do Rio.

A decisão de cancelar a Omnium foi tomada em conjunto pela organização da competição e pelos dirigentes das equipes, preocupados com a integridade física dos ciclistas. Em entrevista ao VO2 Bike, o presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, José Vasconcellos, na semana anterior ao Brasileiro, disse que a decisão de organizar o evento em Maringá se deve à não liberação do Velódromo Olímpico, cuja administração ainda não foi repassada pelo Comitê Organizador dos Jogos de 2016 (CO-Rio) à Prefeitura do Rio, que será incumbida de sua administração enquanto não for formatada a PPP (parceria público-privada) que deverá assumir a gestão.

Mas não foi só o cancelamento da Omnium que dominou as atenções da competição. O último dia foi reservado para as provas de velocidade. Gabriela Yumi (Clube Maringaense de Ciclismo), da seleção brasileira, foi campeã na keirin e no contrarrelógio de 500m; Kácio Freitas (ACE.Neobox/1009/Greenmax/APIS), também da seleção, igualmente faturou dois ouros (keirin e contrarrelógio de 1km).

 

 

“Apesar da chuva tivemos uma competição muito forte e pegada. Fico muito feliz pelos títulos e por ter conseguido ajudar minha equipe em um evento tão importante como esse. O nível dos atletas está crescendo rapidamente e isso é bom para o crescimento da disciplina como um todo”, disse Kácio.

Completaram o pódio da keirin masculina o também integrante da seleção brasileira Fernando Sikora, que levou a prata para o Clube Maringaense de Ciclismo, e João Vitor da Silva, de apenas 19 anos, representante da SMEL Foz Team Paraguai.

No contrarrelógio de 1km, a segunda colocação ficou com Franklin Gomes (Osasco Cycling Team/Penks/SBC Trans/Studio Pier 88) e Davi Romeo (Ciclo Clube Romeo) foi o terceiro colocado.

Alguns jovens talentos se destacaram. Foi o caso de Carolina Barbosa, do Clube Maringaense. Atleta da categoria sub-23, ela ficou em segundo lugar nos 500m contrarrelógio da elite e em terceiro na keirin feminina. Thayná de Lima, também sub-23, foi prata no keirin feminino e bronze na prova por pontos da elite.

A paraense Rebeca Fonseca (Manaus Esporte Clube), revelação em provas de estrada, provou-se versátil e conquistou o título da prova por pontos, na pista, superando Ana Paula Casetta (Clube Maringaense).

“Foi uma disputa muito equilibrada, mas consegui sair com a vitória. É muito importante para nós, jovens, competirmos em um ambiente de alto nível, aprender com os mais experientes. Essa experiência proporcionada pela CBC é incrível e só faz crescer o nosso esporte. O ciclismo de pista brasileiro tem evoluído rapidamente e a meta é alcançar resultados cada vez mais expressivos. Apesar de não ter velódromo na minha cidade, sempre gostei do ciclismo de pista e agora, com essa medalha de ouro, só vai aumentar a minha motivação”, disse Rebeca.

Na prova de velocidade de elite, na quarta-feira, Flavio Cipriano conquistou o ouro para a equipe de Taubaté. Em segundo ficou Hugo Osteti (Clube Maringaense), seguido por Kacio Fonseca (ACE).

Gabriela Yumi e Carolina do Nascimento fizeram a dobradinha do Clube Maringaense na velocidade individual feminina. Viviane dos Santos, de Assis, superou uma rival do interior paulista, Maria Murakami (FEAC/Franca).

“Chegar até aqui foi muito difícil. Após minha lesão no Pan de Toronto/2015 tive algumas complicações e precisei de muito apoio para seguir firme. Continuei focada nos treinos, sempre superando minhas condições dia a dia. Chegar ao Brasileiro tendo certeza de que consegui me superar é muito gratificante. Aproveito para agradecer a todos que me apoiaram nesta dura jornada. Estou muito feliz por voltar bem às pistas”, afirmou Gabriela.

Na perseguição individual feminina, Daniela Lionço (Funvic Soul Cycles/SJC) superou Nicolle Borges (Ciclo Clube Romeo), na disputa pelo ouro. Ainda assim Nicolle, considerada um dos destaques da nova geração e integrante da seleção brasileira de base, surpreendeu, a despeito da juventude (18 anos), ficando com a medalha de prata. O bronze foi para Silvia da Silva (Memorial/Santos/Fupes).

Na mesma prova, mas na elite masculina, Franklin de Almeida (Osasco Cycling Team/Penks/SBC Trans/Studio Pier 88) ficou com o título, deixando Ricardo Dalamaria (GF Assessoria Esportiva/Curitiba) com o vice-campeonato. Rauny Gonçalves (Clube Maringaense de Ciclismo) foi o terceiro.

Na scratch masculina, o campeão da temporada foi Robson Dias (Memorial/Santos/Fupes), seguido por Alessandro Guimarães (Green Bike/Piracicaba), segundo colocado, e Ricardo Dalamaria (GF Assessoria Esportiva/Curitiba), terceiro. “Particularmente gosto muito dessa prova. O ritmo foi bastante elevado, mas consegui fazer uma prova bem agressiva ao lado do meu companheiro de equipe Armando Reis, sexto colocado”, comemorou Robson.

Paraciclismo
No 1km contrarrelógio do paraciclismo, Célio Rafael (Clube Maringaense) conquistou mais um ouro para os donos da casa na categoria C2-3; Ulberte Oliveira de Lima faturou a prata. Na categoria C5, a vitória mais uma vez ficou com Johnatan Mineiro, seguido por Diego Santana.

“Essa inclusão do paraciclismo no Brasileiro de Pista é muito importante para nossa modalidade. Ações como essas fazem a nossa modalidade crescer. Aproveito para convidar todos os paratletas que hoje estão apenas assistindo e acompanhando os resultados à distância para que venham no próximo ano e também possam competir, ampliando as categorias e fazendo uma grande festa”, declarou Johnatan.