Brasileiro viajará o mundo com bike de bambu

Atualizado em 20 de setembro de 2016

O carioca Ricardo Martins, de 30 anos, pode ser considerado um Dom Quixote à brasileira. Porém, em vez de sair em busca de aventuras usando uma armadura e montado num cavalo, o publicitário e cientista social usa uma mochila, muitos equipamentos e sua Dulcineia, apelido carinhoso dado a sua bike de bambu. É assim que ele fará a maior aventura de sua vida, uma viagem de bicicleta pelo mundo, que terá início no próximo dia 17 de março na Cidade do Cabo, África do Sul. Assim como o herói espanhol, criado pelo escritor Miguel de Cervantes, Ricardo também é cheio de sonhos, e no caso dele, um dos maiores é o desenvolvimento da cultura da bike mundo afora.

Em conversa com o Prólogo, Ricardo explica que a ideia de dar a volta ao mundo em duas rodas começou a ganhar força a partir do momento em que terminou uma viagem de três anos, 11 meses e 26 dias pedalando pela América Latina (Brasil, Uruguai, Chile, Argentina e Peru). “Foi uma experiência de vida incrível, e percebi que queria fazer voos maiores, para conhecer as pessoas e como elas se relacionam com a bicicleta e os espaços”. Na época, começou o Projeto Roda América com R$ 385,00 no bolso, e para seguir viagem trabalhava nas mais diferentes funções ao longo do caminho.

Para esta nova empreitada, batizada por ele de Roda Mundo, Ricardo, que se especializou em mobilidade urbana, espera juntar o valor de R$ 11.927,00 por meio de um  crowdfunding,  para que as primeiras pedaladas comecem sem muitas dificuldades. Além de doações virtuais, Martins vai trabalhar em conjunto com a COOPE-UFRJ, braço da faculdade federal carioca voltado a pesquisas de Engenharia, e também com a ONG Transporte Ativo. Os três farão pesquisas de campo e análises de como anda a mobilidade urbana para bikers nos lugares por onde Ricardo viajar.

A jornada de Dulcineia

Quando desembarcar na Cidade do Cabo, em 17 de março, Ricardo Martins planeja pedalar por toda a costa leste da África, passando por países como Moçambique, Quênia e Etiópia, até alcançar o Egito, no norte do continente, e de lá cruzar o Canal de Suez rumo ao Oriente Médio. Segundo o ciclista, a meta é chegar até a Oceania, mas sem data marcada. A média de 100 km rodados por dia, para Martins, é a ideal. Só na etapa da África, serão cerca de 12.000 km de pedal.

No momento, ele vem fazendo os últimos testes de segurança e resistência com a bike de bambu, em viagens pelo estado do Rio, além de fortalecimento muscular e spinning. E também atualiza as últimas vacinas que precisa tomar antes do embarque. Quanto a possíveis perigos pela estrada, Ricardo se diz tranquilo, porque geralmente encontra pessoas dispostas a ajudar pelo caminho.

Conheça um pouco mais do Ricardo Martins e sua amada Dulcineia