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Estudo avalia sistemas de bikes compartilhadas

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Cada vez mais presente nas capitais do Brasil, o sistema de compartilhamento de bicicletas tem se mostrado eficaz nas políticas de mobilidade urbana. Sua implementação, contudo, deve ser feita de maneira planejada para que este seja eficiente e consiga atender o maior número de pessoas possível. E foi com o objetivo de avaliar esse desempenho que o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) analisou os sistemas de bikes compartilhadas de quatro cidades brasileiras: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Feito entre os meses de junho e novembro de 2015, o estudo verificou uma série de informações, como a quantidade de estações, regiões que estão localizadas, número de bikes e vagas disponíveis, volume de viagens por bicicleta, entre outros. Os dados foram fornecidos pelas empresas que operam os sistemas nas quatro metrópoles e também por uma ferramenta independente. Todas essas informações foram comparadas com os indicadores previstos no Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas, lançado em 2014, pelo ITDP.

Abaixo, os principais pontos do estudo a serem destacados:

Quantidade de estações
Segundo o instituto, a densidade ideal de estações é de 10 a 16 por km², o que garantiria que o usuário pudesse sempre encontrar uma estação a uma distância conveniente a pé. Contudo, a pesquisa constatou que nenhuma das cidades chegou perto de atingir essa marca.

Abrangência demográfica
De nada adianta ter um grande número de equipamentos se eles estiverem instalados em áreas com poucos habitantes, longe da residência da maioria das pessoas. O Distrito Federal, por exemplo, tem um serviço eficiente, porém ele atende apenas 0,56% da população, pois está localizado em áreas de pouca abrangência demográfica, como a Esplanada dos Ministérios e pequenas áreas do Plano Piloto. Já Rio de Janeiro e São Paulo são as cidades que tiveram melhor desempenho nesse quesito, atendendo respectivamente 16,09% e 10,21% da população.

Sistemas de bicicletas compartilhadas

Proporção vagas / bicicleta
De acordo com o coordenador do estudo Thiago Benicchio, é essencial que se tenha mais vagas do que bikes, sendo a proporção ideal a de ao menos duas vagas de estacionamento para cada magrela. Isso reduziria a dificuldade de devolução das bikes em razão de estações lotadas. Percebe-se que houve uma diferença entre os dados informados pelas operadoras (mais bicicletas disponíveis) e o que foi extraído por meio da ferramenta de verificação independente (menos bicicletas disponíveis).

Bicicleta/população
Seguindo as orientações do Guia do ITDP, o recomendado é ter no mínimo de 10 a 30 bicicletas para cada 1.000 habitantes da área do sistema. O Distrito Federal foi o único que obteve resultados acima desta média nesse quesito. No entanto, como já explicado anteriormente, existe uma distorção significativa deste valor, resultante da baixíssima ocupação residencial na área onde o sistema está disponível.

Sistemas de bicicletas compartilhadas

Média de viagens/dia/bicicleta
O volume identificado por eles como satisfatório é de 4 a 8 viagens por dia por bicicleta. Abaixo de 4 seria considerado um custo-benefício baixo e acima de 8 uma concorrência muito alta, principalmente nos horários de pico. Nesse item, São Paulo e Belo Horizonte foram as cidades com pior índice. Já o Rio e o Distrito Federal, se vistos pelas informações fornecidas ferramenta de verificação independente, atingiram o número mínimo recomendado.

Sistemas de bicicletas compartilhadas