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Documentário explora o escândalo de doping no esporte russo

Atualizado em 17 de agosto de 2017
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Ao iniciar a produção de Ícaro, documentário sobre doping no ciclismo, o cineasta Bryan Fogel não tinha ideia do que estava prestes a descobrir. Ciclista amador nas horas vagas, ele decidiu submeter-se a um programa de doping para descobrir os efeitos das substâncias e como não ser pego em um exame.

Depois de conhecer o cientista russo Grigory Rodchenkov, a verdade começou a vir à tona. Rodchenkov havia sido diretor do Centro Antidopagem de Moscou e um dos responsáveis pelo programa de doping patrocinado pelo governo russo.

Depois de fornecer às autoridades internacionais informações que provavam o envolvimento de funcionários do governo russo e do serviço federal de segurança do país no esquema, dois de seus ex-colegas morreram em circunstâncias misteriosas. Acuado, Rodchenkov partiu para os Estados Unidos.

Toda a agonia do cientista russo é retratada em Ícaro, documentário que está na Netflix desde o último dia 4. Fogel, cujo objetivo inicial era se colocar como cobaia dos experimentos, viu a produção tomar um rumo diferente e pegou carona no noticiário movimentado do escândalo envolvendo os russos.

 

 

“Inicialmente, concebi Ícaro como um documentário como ‘Super Size Me’ [produção na qual um cineasta independente norte-americano sobrevive 30 dias apenas consumindo alimentos produzidos pelo McDonald’s]. Eu seria o objetivo dessa experiência para expor o fracasso dos sistemas antidoping”, contou Fogel ao jornal The New York Times.

A proposta de se colocar como cobaia ficou em segundo plano a partir do momento em que Rodchenkov passa por apuros para não sofrer represálias por denunciar o esquema russo. Enquanto esteve sob custódia dos Estados Unidos, o cientista viu sua esposa e seus filhos terem os passaportes confiscados.

O sistema de doping utilizado na Rússia entre 2011 e 2015 contava com um método para esconder os resultados positivos de seus atletas das agências internacionais. A manobra era chamada de metodologia dos positivos que desaparecem, conhecida em código pelas autoridades russas como o método de Salva ou Quarentena, transformando em negativas pelo menos 312 amostras positivas de 20 modalidades. O esquema provocou a exclusão do atletismo russo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Confira o trailer de Ícaro: 

 

https://www.youtube.com/watch?v=TvsXSvMu0jE