Pneus de bike: qual tipo e tamanho devo usar?

Atualizado em 23 de fevereiro de 2018
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As rodas e pneus de bike são essenciais para qualquer pedal, mas com tantos modelos e tamanhos, é complicado entender qual é o mais indicado para o seu perfil de ciclista. Por isso, conversamos com Yuri Bogner, embaixador da Cannondale no Brasil e atleta de mountain bike, que ajudou a esclarecer as principais dúvidas sobre esse assunto.

Qual o melhor tamanho de aro?

Tudo depende do uso que você vai fazer, e de onde vai pedalar. Normalmente nos deparamos com três opções: 26, 27.5 e 29, cada um com sua especificidade. “O tamanho dos aros das bikes têm sua serventia ligada à modalidade praticada, tendo sempre vantagens e desvantagens”, diz Yuri.

Ele explica que os aros 26 são os mais ágeis, ótimos para passear e em atividades relacionadas ao BMX. Seu tamanho reduzido, entretanto, acaba tornando o piloto mais suscetível aos obstáculos da via, com mais trepidação e instabilidade em terrenos acidentados.

O aro 29, por outro lado, é perfeito para os terrenos acidentados e é muito usado no Mountain Bike Cross Country: “Com sua circunferência maior, este tipo de roda passa mais facilmente por cima dos obstáculos, garantindo uma aceleração constante e maior controle e suavidade em terrenos acidentados”, afirma Bogner. Sua desvantagem é justamente a agilidade em trechos sinuosos e a aceleração em subidas – algo com que que o aro 26 não tem problemas. 

Entre os dois, há o meio-termo do 27.5, também conhecido como 650b: “Ele proporciona parte da agilidade das rodas aro 26 e parte da aceleração, controle e suavidade em terrenos acidentados que o aro 29 oferece“. Segundo Yuri, ele é mais usado em provas radicais como Downhill e Enduro, além do Cross Country olímpico, mas não tem o mesmo desempenho do aro 29 em terrenos com muitas irregularidades.

 

Pneus slick, com cravos grossos ou cravos finos?

Slick, traduzido do inglês, significa “liso”. Ou seja, os pneus de bike desse tipo não possuem protuberâncias, garantindo um atrito menor em estradas – a melhor pista para esse tipo. Em terrenos de trilha, o slick é preterido pelos cravos, que dão maior aderência ao solo e evitam problemas de instabilidade.

Um pneu do tipo “slick” (ou “liso) (Fotos: Divulgação Cannondale Brasil)

Yuri explica: “Quanto mais grossos os cravos, aliado a sua maior largura, maior a aderência, o que é vantajoso para trilhas íngremes e acidentadas”. Entretanto, quanto mais aderente o pneu, mais lento ele será, por conta do grande contato com o solo. Por isso, Yuri recomenda que cravos menores sejam usados em pisos que não sejam tão acidentados.

Um pneu com cravos

Há ainda uma terceira opção, o semi-slick, que Bogner indica para cicloviagens e pedais urbanos, pois eles têm o centro liso, que evita a perda de velocidade, e cravos nas laterais, garantindo uma maior segurança nas curvas.

Um pneu “semi-slick”, intermediário entre o liso e o com cravos

 

 

Para que servem os pneus maciços e tubeless?

Os pneus maciços não possuem câmara e são feitos inteiramente de um único material, justificando sua maior vantagem: ele é praticamente imune a furos. Entretanto, Yuri opina que não vale investir nesse acessório, pois apesar de sua alta dureza funcionar bem na cidade, ela também transfere muito impacto para o punho do ciclista, o que pode gerar lesões no longo prazo.

Bogner acredita que pneus tubeless (sem câmara) são a melhor opção para quem quer fugir dos furos: “Ele é usado em todas as modalidades do mountain bike. É uma ótima opção pois, além de diminuir a possibilidade de furos, melhora a absorção dos impactos. Vale o custo para quem quer o desempenho máximo de seu equipamento”.

Para quem está com dinheiro sobrando, ele apresenta uma tecnologia ainda mais inovadora: a Tyre Insert System, que mescla o tubeless com o maciço e traz as vantagens de ambos juntos, com mais amortecimento e aderência – mas sua instalação é cara e complicada.