Mauro Ribeiro: "Froome está criando sua mística"

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Quando Mauro Ribeiro fala sobre o Tour de France, é hora de ouvir com atenção. Brasileiro com vitória na 9ª etapa da volta ciclística francesa em 1991, no feriado da Queda da Bastilha (14 de julho), o hoje empresário não economiza elogios ao excepcional Chris Froome, que se sagrou tricampeão do evento e desfilou pela avenida dos Campos Elíseos (traduzindo) com a camisa amarela.

“Este Tour revelou um Froome muito mais agressivo. Em nenhum momento ele se defendeu. Froome provocou situações e ganhou segundos preciosos antes mesmo de se iniciarem as etapas de montanha. Como se diz no ciclismo, ele foi o grande patrão”, assinala Ribeiro. “A geração Froome começou a nascer agora”, acrescenta.

O excepcional desempenho do ciclista que vem de Nairóbi, Quênia, e tem nacionalidade britânica, o coloca no panteão das grandes feras da história do Tour, segundo o brasileiro que tem no currículo vitória em etapa do grande evento do esporte em duas rodas (não motorizadas).

“Froome está construindo uma mística, e seu nome pode ser citado ao lado dos de grandes campeões do Tour, fazendo companhia a Eddy Merckx, Bernard Hinault, Greg LeMond e Miguel Indurain”.

O curitibano se empolgou ao falar sobre dois momentos muito especiais de um ciclista especial: a etapa em que Froome escapou na descida, revelando uma estratégia inusitada, suicida e bem-sucedida, e aquela em que sofreu uma queda, no Mont-Ventoux, e se mostrou um queniano que sabe correr, a exemplo dos conterrâneos que brilham nas maratonas e nas pistas de atletismo espalhadas pelo mundo.

“É claro que a equipe dele (Sky) demonstrou estar à altura dele. Mas ele provou que é um ciclista em nível superior. Estava seguro daquilo que estava fazendo, é extremamente centrado, está fisicamente regular (no sentido de sua performance física não variar indesejavelmente)”.

Como todo bom fã de ciclismo, Mauro já anseia pelo início de “La Vuelta”, a volta ciclística espanhola, que terá início no dia 20 de agosto. “Contador não vem para os Jogos Olímpicos porque está se preparando para a Vuelta. Nairo Quintana, pelo que leio, também se prepara para a Vuelta. As equipes espanholas vão apresentar aquilo que têm de melhor. E é provável que o próprio Froome faça a Vuelta”, diz o empresário, sinalizando que a temporada de grandes voltas ainda reserva muitas emoções para os fãs do mundo em duas rodas (não motorizadas).