Trek-Segafredo 
Foto: Trek-Segafredo

Dicas de treinos para encarar provas de contrarrelógio

Atualizado em 03 de maio de 2017
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As provas de contrarrelógio são os momentos mais puros do ciclismo, se assim podemos dizer. É uma competição onde não há trabalho de equipe nem vácuo — no caso do contrarrelógio individual —, na qual o atleta tem como adversários apenas o vento, o tempo e seus próprios limites. A modalidade tem caído no gosto dos ciclistas, conquistando cada vez mais adeptos — mesmo aqueles que apenas incluem os treinos sem vácuo como complemento na sua preparação para outras competições.

O grande segredo para mandar bem nas provas de contrarrelógio é correr em uma velocidade progressiva, algo que foi bastante difundido e que é praticado até hoje pelos melhores da modalidade. A tática consiste em iniciar em um ritmo bom e ir aumentando até atingir o limite na linha de chegada. A grande sacada é saber como alcançar o seu último esforço sem quebrar antes da linha de chegada — sem se arrastar nos quilômetros finais ou terminar a prova sentindo que poderia ter forçado mais.

Mas como chegar a essa equação perfeita? Se você tem o medidor de potência, certamente, com os treinos e seus testes, vai perceber qual é o número mágico que o seu aparelho terá de mostrar. Caso contrário, terá de ser no feeling mesmo, algo que só vai ser adquirido treino a treino, semana a semana. “Também deve ser ressaltado que o relevo e as condições climáticas podem fazer seu ‘cálculo de feeling’ variar. A adrenalina e a ansiedade podem atrapalhar, mas o atleta que treinou vai saber contornar qualquer possível percalço”, diz o treinador e diretor esportivo da BK Sports, Kim Cordeiro.

 

 

Nas provas de contrarrelógio o seu adversário não é visual — e isso não se deve ao fato de os ciclistas largarem em momentos diferentes, mas sim porque o principal duelo na estrada será contra o vento. Para isso, uma posição mais aerodinâmica é necessária. Achar o modo perfeito para vencer o vento requer um trabalho específico de bike fit — um profissional encontrará a melhor forma de deixá-lo confortável para exercer força e aerodinâmica.

Em relação à preparação, os treinamentos sem vácuo são importantes para o ciclista se “conhecer” melhor dentro da modalidade e também ganhar potência pedalando contra o vento, sem contar com a “roda amiga” do companheiro à frente. A seguir, Kim Cordeiro dá algumas sugestões de treino para aqueles que querem fazer um bom contrarrelógio ou apenas acrescentar as séries em sua preparação.

TREINO

Velocidade: 5 km giro leve + 2 x 20 km + 5 km giro leve, sendo:

  • 1ª série de 20 km = 4x (2 km leve/3 km forte)
  • Intervalo de 2min giro leve
  • 2ª série de 20 km = 4x (3 km leve/2 km forte) 

Rodagem: 45 km leve com subidas leves

Progressivo: 50 km moderado a forte em ritmo progressivo + 5 km giro leve

Intensidade:

  • Giro leve – 40% a 50% (aquecimento ou relaxamento)
  • Leve – 65% a 80%
  • Moderado – 80% a 90%
  • Forte – 90% a 100%

(porcentagens em relação à frequência cardíaca máxima)

 

Por Daniel Balsa