Cyclova XCFoto: Cyclova XC

Veja a técnica correta para acertar na mudança de marchas

Atualizado em 28 de abril de 2023

São entre 21 e 27 as relações possíveis de marcha em uma mountain bike para escolher de acordo com o terreno e a aclividade da rota, de forma a possibilitar que o ciclista consiga manter a cadência que melhor se adapte a sua força e agilidade.

Os comandos de câmbio da mão esquerda controlam as coroas – em geral, elas são designadas pelos números 1, 2 e 3, respectivamente a pequena (mais leve), a do meio (intermediária) e a grande (mais pesada). Os comandos de câmbio da mão direita controlam a mudança dos pinhões (cassete ou catraca), também designados por números, de 1 (maior e mais leve) a 7, 8 ou 9 (menores e mais pesados).

Nos percursos de mountain bike, a troca de marcha é muito frequente, pois a mudança na aclividade do terreno também é. A troca de marcha deve ser feita com o objetivo de ajudar a manter a cadência ideal do ciclista, reduzindo gastos energéticos desnecessários. Para realizar essa troca de forma segura e eficiente, é necessário observar algumas regras básicas:

  • Na mudança de marcha, não faça força durante a troca, pois isso pode ocasionar a quebra da corrente e o desgaste de todo o sistema. Pedale com uma força extra antes e alivie durante a troca. O ciclista pode voltar a fazer força assim que a nova marcha já tiver sido encaixada com exatidão;
  • Se possível, procure sempre mudar a relação de marchas de uma em uma, repetindo o processo de alívio da força quantas vezes for necessário;
  • Evite mudar de coroas durante uma subida. A cada troca, você reduz ou multiplica uma diferença de dez dentes, ou seja, uma mudança mais demorada, que exige um deslocamento maior sem utilizar força excessiva. As coroas são de 22, 32 e 44 dentes. Assim, é preciso planejar que coroa poderá ser usada do início ao final da subida e reduzida para ela já no embalo da reta, fazendo com que o final da troca coincida com o início do aclive;
  • Nunca trabalhe com a corrente cruzada em relação às coroas e o cassete (pinhões);
  • Evite os extremos, ou seja, engatar a menor coroa com o menor pinhão – relação 1 x 9 – pois a corrente fica muito frouxa e sujeita a escapar. Já usar a maior coroa com o maior pinhão – 3 x 1 – deixa a corrente e o câmbio traseiro ficam muito esticados, facilitando a quebra da corrente;
  • A coroa do meio poderá ser utilizada com todos os pinhões, mas evite engrená-la com o menor de todos – o de 11 dentes;
  • Se você tomar um pequeno tombo, ou se a bike cair por cima do câmbio, a gancheira (peça que liga o câmbio traseiro ao quadro) poderá entortar e desregular todo o sistema, mesmo que estivesse funcionando bem antes. Verifique o alinhamento dessa peça em relação aos pinhões, pois no meio da trilha a sua única ferramenta é a própria mão, ou seja,  para desentortar você terá de alinhá-la na “ignorância”.

VERIFIQUE SEMPRE

Antes de qualquer prova ou treino – e mesmo rotineiramente – é preciso cuidar do equipamento, ou seja, da bike. O importante é estar com a bicicleta sempre com manutenção em dia, devidamente regulada e lubrificada. Em competições de longa distância é importante levar óleo especial para a corrente. Com o tempo, muita poeira ou a água das poças ou da chuva podem corroer a corrente, que fica mais sujeita a quebrar, além de dificultar a mudança de marcha.

Controle sempre o desgaste da corrente, das coroas e dos pinhões do cassete (catraca) a cada revisão da bike e troque a relação sempre que necessário. Se você tomar um tombo num momento de muita força, a corrente poderá se desengrenar dos pinhões ou da coroa. Além disso, esse processo tende a destruir o câmbio traseiro. Ou seja: o barato pode sair caro. Cabos e conduítes de baixa qualidade ou mal lubrificados também afetam – e muito – a performance do sistema. É comum montar o sistema de câmbio com conduítes de freio (menos rígidos) que não dão a precisão necessária.