3 importantes mitos sobre os joelhos

Atualizado em 20 de dezembro de 2017

Basta você começar a correr para escutar o alerta: “Cuidado com os joelhos!”. A preocupação de grande parte das pessoas tem ligação com o fato de muitos corredores sofrerem com dores nessa articulação. Mas não há evidência científica que demonstre que, apenas, o fato de correr faz com que você tenha problemas sérios nas articulações. Pelo contrário. Geralmente, quando a dor aparece é sinal de que outra parte do corpo está descompensada.

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É claro que a velocidade da corrida influencia na carga imposta sobre os joelhos. Quanto mais rápido você se exercitar, mais impacto terá sobre as articulações. Isso porque, quanto maior o coeficiente de velocidade, maior é a força de impacto. Por exemplo, quando você caminha, as articulações recebem uma força equivalente a 1,5% do peso do corpo. Já nos trotes, essa porcentagem sobe para 2% a 2,5%. E esse número só aumenta conforme você vai ganhando velocidade. Por isso, quanto maior a velocidade, maior será essa força.
Mas para que você não tenha problemas nas pernas, a saída pode ser investir em exercícios para fortalecer a musculatura dessa região. Com os músculos fortes, as articulações não sofrem tanto, visto elas são protegidas pela musculatura. Por isso, aliás, que iniciantes e pessoas que ficaram muito tempo distantes da corrida devem tomar cuidado com a intensidade dos treinos, além de apostarem em exercícios de fortalecimento muscular.
Ainda tem dúvidas sobre isso? Veja outros três fatores, que indicam que a corrida não tem influência direta sobre os joelhos:

1. A frequência de artrite nos joelhos de corredores não é maior do que o índice que atinge pessoas que não se dedicam à corrida. Um estudo norteamericano acompanhou corredores e não-corredores por 18 anos. Após esse período, 20% das pessoas que treinavam apresentaram artrite nos joelhos, enquanto 32% dos não corredores apresentaram o mesmo problema. Outro grande estudo do mesmo local, que desta vez acompanhou corredores e caminhantes, descobriu que os corredores regulares tinham cerca de metade da taxa de artrite em comparação aos caminhantes frequentes. Nesse segundo estudo, aliás, os corredores com maior quilometragem percorrida tiveram a menor taxa de problemas nos joelhos.

2. A idade também tem influência sobre os perrengues causados pelas articulações. Alguns médicos do esporte afirmam que a perda da cartilagem, incluindo a dos joelhos, é uma parte natural do envelhecimento. Mas não há nenhuma evidência de que a corrida acelere esse processo. Na verdade, pesquisas revelam que quando pessoas que estão com risco de desenvolver artrite começam a correr moderadamente, a saúde de sua cartilagem melhora, enquanto que a cartilagem quem não se exercita, piora.

3. Joelho do corredor, uma das lesões mais comuns no universo da corrida, geralmente é causada por problemas em outras regiões do corpo. Conhecida clinicamente como condromalácia patelar, essa é uma inflamação da cartilagem que fica sob a rótula. E de uns tempos para cá há um consenso entre os médicos do esporte de que muitas pessoas com joelho de corredor têm alguns problemas biomecânicos comuns, como quadris e glúteos fracos. Isso faz com que a perna fique instável, os quadríceps enfraquecidos e, assim, o impacto sobre os joelhos aumenta. Um programa de fortalecimento muscular é a melhor saída nesses casos.

(Fonte: Mario Sergio de Andrade Silva, diretor técnico da assessoria Run & Fun – São Paulo)