3º Desafio da Mata Atlântica neste sábado

Atualizado em 26 de julho de 2016
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Além da dura subida do percurso, os corredores brasileiros terão de enfrentar os quenianos na disputa pelas vitórias no 3º Desafio da Mata Atlântica A Tribuna Cubatão, neste sábado (5). A prova reunirá 1.500 atletas, que enfrentarão 7,5 km só de subida, sem trechos planos, com ascensão de cerca de 100 metros a cada km percorrido, e a chegada a 720 metros de altitude. A prova é disputada no Caminho do Mar, também conhecido como Estrada Velha, situado dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, em Cubatão/SP.

Nos dois primeiros anos da prova, os atletas da África garantiram um vice no masculino, em 2006, com Elijah Kipkemboi Yator, e dois segundos no feminino, com Anne Bererwe, na primeira vez, e com Alice Serser, no ano passado. Desta vez, serão cinco representantes no masculino, incluindo um atleta da Tanzânia, e três entre as mulheres, com destaque para Anne Bererwe, que em maio foi a vice no 23º 10 KM Tribuna FM. A atleta venceu e bateu o recorde da Meia Maratona da Corpore, com 1h13min51s. N

Também estarão na prova Salina Jebet e Leah Jelagat Kipchumba. Entre os homens, o maior nome, na verdade, não vem do Quênia. O tanzaniano Michael Tluway Mislav promete dar trabalho e chega credenciado com os vices nas meia e na maratona de São Paulo de 2007. A lista dos rivais dos brasileiros conta com Paulo Kipkorir, Rotich Philemon, Willy Kangogo Kimutai e Nahashon Gitau Mwaniki.

Durante o percurso, transformado num pólo ecoturístico, o Parque Caminhos do Mar, os participantes encontram muita vegetação nativa e monumentos erguidos em 1922, tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). Graças à grande riqueza natural e histórica, a área foi declarada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

A proposta foi unir o esporte com a consciência ecológica e a importância histórica. Em todo o trajeto, hoje fechado para o tráfego de veículos, as pessoas podem ver detalhes que remetem à época da colonização, ao Movimento Bandeirantes, às várias fases do Império e, mais recentemente, ao surgimento dos automóveis.

Até a construção da Rodovia Anchieta, em 1947, a Caminho do Mar era a principal via de ligação entre o litoral e o planalto e por ali trafegou parte da história paulista. Foi construída no meio da Mata Atlântica em 1917 sobre a antiga Estrada da Maioridade (denominação em referência à emancipação de D. Pedro II), esta inaugurada em 1844, basicamente para o tráfego de carroças e diligências.

Em alguns trechos, a Caminho do Mar se encontra com partes de uma estrada mais antiga ainda, que ligava São Paulo à Baixada Santista. É a Calçada do Lorena, de 1792, caminho de pedras que segue o traçado em ziguezague de velhas trilhas indígenas, criado para escoar em lombo de mulas a produção agrícola das vilas do interior.