Em isolamento, brasileiro corre meia-maratona no apartamento

Atualizado em 03 de abril de 2020
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Inúmeros corredores estão tentando evitar que as medidas de isolamento impostas ao redor do mundo os impeçam de fazer o que mais gostam, correr. O brasileiro Thiago Bonfim é um deles. Inscrito para a Maratona de Boston, que seria realizada em abril, ele resolveu fazer uma meia-maratona dentro de seu apartamento de 79 m² localizado em São Paulo.

O atleta de 36 anos conta que há duas semanas ainda fazia seus treinos na rua, porém, por conta do agravamento da situação da pandemia passou a treinar em casa. “No primeiro momento decidi que faria apenas os treinos funcionais e pedalaria no rolo de treino, mas senti que faltava algo que só a corrida me proporciona”, afirma Thiago.

A ideia de correr em seu apartamento veio depois de ver um vídeo em que um atleta estrangeiro fez uma maratona em sua casa. Então começou correndo 5 km, no dia seguinte fez 10 km, subiu para 14 km, até que resolveu arriscar correr uma meia-maratona indoor. Com um pace de 5min07s e uma velocidade de 11,74 km/h, o corredor demorou 1h47min51s, 27 minutos a mais que seu recorde na distância, para completar os 21,1 km.

A corrida que aconteceu no sábado à tarde, para não incomodar nenhum de seus vizinhos, teve um percurso estratégico e apoio da esposa Glaucia Oliveira.

“Eu fui alternando em volta da mesa, entrava na cozinha, saia pela porta de acesso à varanda, retornava para a sala, então ia até o final do corredor que dá acesso ao banheiro e voltava. Eu variei durante o percurso todo para não ficar monótono e para não ficar tonto”, diz o atleta.

De alguns companheiros regulares de treino, Thiago ouviu que sua iniciativa era loucura. De outros, que a ideia os motivou. “O negócio é se movimentar e fazer aquilo que gosta e te dá prazer”, conta.

Com boas marcas em seu currículo esportivo, o atleta afirma que o mais difícil para a corrida indoor é tomar os cuidados necessários durante os treinos, pois é preciso atenção para não sofrer torções por conta do espaço reduzido, além de treinar também a mente para entender que durante esses treinos não é possível fazer seu melhor pace.

“Mas, depois de tudo isso, uma coisa posso afirmar: é um excelente treino para trabalhar a cabeça, principalmente a concentração, atenção. E o mais importante de tudo, isso comprova de fato que a corrida não é só pace ou competição, é fazer isso por amor ao esporte, por sentir-se feliz independentemente das condições”, finaliza.

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