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Freira corredora usa o esporte para transmitir mensagens religiosas

Atualizado em 13 de outubro de 2017
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O traje incomum para a corrida já indica que a Mary Agnus Dei é uma atleta atípica. O contraste entre o hábito, conjunto utilizado por freiras, o capuz que protege sua cabeça e o par de tênis da Nike em seus pés despertam olhares e reações distintas enquanto ela corre em Seattle, nos Estados Unidos. Agnus Dei, batizada como Kelli Lopez, é uma freira corredora de 33 anos, que gosta de atacar o asfalto quando não está envolvida em suas obrigações religiosas.

Agnus Dei se diz acostumada a ser encarada com certa curiosidade enquanto corre pelas ruas de Seattle. Para ela, a vestimenta de freira não atrapalha suas passadas.

“Eu acho que meu desempenho provavelmente mudaria se eu usasse algo diferente de um hábito. Mas é um sinal de humildade [na religião] que eu use isso. Algumas pessoas [me veem correndo] dizem: ‘Nossa, que fofo’ ou ‘Sério?’. Não vejo isso como uma limitação para correr”, contou a freira corredora, em entrevista à Runner’s World americana.

Depois de fazer seus votos em uma comunidade religiosa no Novo México, ela passou por uma missão em Belize antes de chegar a Seattle, onde a corrida entrou definitivamente em sua vida. Agnus Dei começou a rodar pela cidade a pé e, ao pegar gosto pela nova descoberta, decidiu aumentar a quilometragem, chegando a correr cinco ou seis vezes na semana e percorrendo mais de 50 km no total.

 

 

Nos treinos, encontrou uma maneira de transmitir mensagens católicas. Enquanto corre, faz uma reza com quem encontra pelo caminho.

“Essa é a beleza de correr e explorar a cidade. Você encontra pessoas e pode rezar por elas. Você pode ver as dificuldades estampadas no rosto das pessoas e dizer: ‘Senhor, ajude-os'”, explicou.

Autorizada a participar de provas de corrida de rua, Agnus Dei disputou em 2016 a Meia-maratona de Seattle, concluindo os 21 km em 2h12min58s. A falta de tempo, no entanto, leva a freira a correr apenas em esteiras nos últimos tempos.

Em agosto, ela foi transferida para uma paróquia em Detroit. Com o tempo escasso, ainda não pôde explorar a nova cidade como fez em Seattle – o que não é motivo de insatisfação, garante ela. “Servir é a minha prioridade”.