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Envelhecimento de estrelas e safra ruim: a Jamaica perdeu o fôlego?

Atualizado em 06 de outubro de 2017
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A Jamaica é o maior celeiro de velocistas do mundo. Com menos de 3 milhões de habitantes, a ilha caribenha produz os atletas mais rápidos do planeta graças a uma série de fatores: genética, investimento no esporte e até a alimentação rica em carboidratos. Mas o fim da temporada profissional de 2017 mostra como toda hegemonia pode ser quebrada. O ano foi ruim para o esporte da ilha, o que pode ser exemplificado pelo Mundial de Atletismo de Londres.

Em Pequim-2015, a Jamaica levou 12 medalhas. Neste ano, na capital inglesa, o número caiu para quatro. E o que explica o mau momento do país onde surgiu Usain Bolt, o maior fenômeno da história do atletismo? A aposentadoria do “Raio”, o envelhecimento de outras estrelas e a falta de renovação no quadro de atletas contribuem para o calvário.

Motivos para o ano ruim da Jamaica no atletismo

  • A frustrante despedida de Bolt

Oito ouros olímpicos e 14 medalhas em Mundiais, além de um carisma poucas vezes visto nas pistas de atletismo. Usain Bolt deixou seu legado no mundo do esporte e, em agosto, aos 30 anos, decidiu pendurar as sapatilhas. No Mundial de Londres, a última competição de sua carreira, ele levou apenas o bronze nos 100 metros. Também deixou o revezamento 4 x 100 metros lesionado e abriu mão dos 200 metros. Resultados modestos para um atleta de seu histórico.

  • Geração envelhecida

Bolt não foi o único grande velocista que a Jamaica teve nos últimos anos. O problema é que seus velhos companheiros também não atravessam um bom momento. Yohan Blake, que chegou a registrar 9s69 nos 100 metros, agora sofre para correr abaixo de 10s. Asafa Powell, o quarto homem mais rápido da história do atletismo, chegou aos 35 anos e dá sinais de que a aposentadoria está próxima. Já Shelly Ann Fraser, chamada de “Bolt de saias”, resolveu tirar um ano sabático.

 

 

  •  Onde estão os novos talentos?

Ainda não apareceram substitutos à altura de Bolt, Blake, Powell e Fraser. Até este ano, a nova safra de velocistas jamaicanos pena para se aproximar das marcas expressivas dos antecessores. Julian Forte, de 24 anos, chegou a registrar 9s99 em sua carreira, mas não avançou nem à final dos 100 metros no Mundial de Londres. Senoj Jay-Givans, de 23, parou nas baterias iniciais na Inglaterra. Nos 200 metros, nenhum jamaicano passou à final, o que não ocorria desde o Mundial de 2003.

 No feminino, apenas Elaine Thompson esteve entre as finalistas de 100m e 200m – na edição anterior do Mundial, foram quatro somando os dois eventos.

  • O fracasso de Elaine Thompson

Elaine Thompson foi a única representante de seu país na final das provas mais rápidas do mundo, na Inglaterra. Mas não conseguiu o resultado esperado. Ela, que dominou a temporada da Diamond League, foi apenas a quinta colocada na final do Mundial e terminou sem ir ao pódio.